FOTO DO ALMOÇO ANUAL

FOTO DO ALMOÇO ANUAL
A VELHA MALTA

segunda-feira, 28 de março de 2011

ENTREVISTA AO JORNALTV.INFO


À CONVERSA COM JOÃO BRITO SOUSA

Por António Pereira


JOÃO MANUEL de BRITO de SOUSA é colaborador do jornalTV.info e acaba de lançar o seu 2º romance, “COMO SE GOSTASSE”, que pode ser encontrado na Livraria EuEdito ou contactando o autor directamente, enquanto não procede ao lançamento público do mesmo. O autor é um amante da literatura, escreve prosa e poesia e têm-lhe chegado alguns ecos favoráveis, referindo a qualidade dos seus trabalhos. Foi um homem profissionalmente relacionado com o mundo da gestão de empresas e com o ensino. Hoje é reformado e escreve crónicas em jornais, prosa e poesia e tem três volumes publicado. Aí vai o resultado da conversa.


1 – JORNALTV.info (JTV) - Tenho acompanhado os seus trabalhos, quer nos jornais quer nas suas obras publicadas. A literatura entrou-lhe assim de repente? O que o levou a produzir ?


JOÁO BRITO SOUSA (JBS) - Eu sempre gostei de escrever. Fazia redacções engraçadas na escola primária, pelo menos era o que a professora dizia. Imaginava cenários e descrevia-os. Ultimamente, há cerca de três anos, criei dois ou três blogues e foi através da leitura por terceiros, que fui contactado por uma editora para publicar os trabalhos que aí escrevia. Por sugestão da editora, desloquei-me à sede da empresa em Lisboa e aconteceu que me convenceram que era capaz de escrever um livro e meti mãos à obra. Compilei tudo o que tinha escrito, seleccionei o melhor, acrescentei mais umas páginas procurando dar-lhes uma lógica e saiu assim o “LUCIDEZ DE PENSAMENTO”


2 – (JTV) - Escrever nos jornais e escrever livros, o que se oferece dizer.


(JBS) – Eu considero-me um cronista quando estou a escrever para os jornais. Nunca serei um jornalista, que é o homem que está atento ao meio que o rodeia e quase chega ao local da notícia antes das coisas acontecerem. Um jornalista, tal e qual o bombeiro, está sempre disponível e atento e sente-se vocacionado para dar a notícia. Eu escrevo crónicas, que é bastante diferente. Muitas crónicas podem constituir um livro. E daqui pode partir-se para a ideia de se escrever um romance. Há muitos escritores que começaram no jornalismo. Hemingway, por exemplo, começou como jornalista correspondente de guerra e chegou ao Nobel da Literatura.


3 – (JTV) – Sim, mas como é que o livro nasce?


(JBS) – Espontaneamente. Eu quero escrever um livro e, daqui donde estou, olho à minha volta, capto uma imagem ou duas e vou para o computador. Pode não ser bem assim mas é quase. No livro que estou a escrever agora, ocorreu-me a lembrança de um médico que em tempos me passou um atestado, para justificar uma falta dada na escola onde leccionava. E lembro-me de ter encontrado esse senhor, noutra vez, sentado num café com mais duas ou três pessoas, a falarem de História de Portugal. Sem mais, ajeitei as duas coisas e já lá vão 19 páginas. E espero para o ano chegar às cem, no computador, que dará umas 180 no romance, o que é bastante bom. Nada programado. As palavras que vou escrevendo vão puxando por outras, os cenários que vou construindo puxam por outros e assim o romance vai tomando forma. Não preciso de ter tudo na cabeça; as ideias vão saindo e eu vou escrevendo. Os meus livros nascem assim.


4 – (JTV) - Como é a sua relação com a escrita?


(JBS) – A minha relação com a escrita é de grande amizade. Eu escrevo porque sinto essa necessidade de escrever. Para mim, escrever é estar a falar com alguém, é dialogar, é discutir, porque eu tenho necessidade de estar próximo dos outros fazendo coisas. Então, procuro através da escrita o outro, esse que não está ali à mão mas que eu substituo pelas personagens. E esses diálogos que escrevo, fazem-me companhia e eu sinto-me bem na sua presença, o que gera, enquanto escrevo uma grande relação de amizade entre mim e as personagens. Depois da obra terminada, tenho alguma saudade delas.


5 – (JTV) - Quando escreve pensa nos seus leitores. A sua escrita tem uma direcção definida. Escreve como?


(JBS) –. A direcção da minha escrita vai de encontro aos leitores. Chegar a eles, conquistá-los, estar perto deles é a direcção do meu trabalho Digamos que é para eles que escrevo. Mas curiosamente, depois da obra publicada, coloco-me na posição de leitor e gosto de ler aquilo que escrevi. Por isso digo-lhe que também escrevo para mim. Escrevo com uma certa ternura, como se estivesse a escrever um poema, com um certo ar de “suspense”, para agarrar o leitor.


6 – (JTV) – O que é que pensa de si como escritor?


(JBS) – Penso que ainda não sou escritor. Para se chegar a escritor há um longo caminho a percorrer. È um grande desafio e um trabalho que nunca está totalmente conseguido. Um escritor é uma pessoa muito ocupada porque é um homem de intervenção. É sempre um homem do seu tempo, quero dizer, pode escrever um tema do passado, introduzindo-lhe alguma actualidade. Há quem não concorde, mas a literatura é arte, a arte de escrever e por isso, tem a sua autoridade, pode e deve renovar. O que a literatura não deve fazer é inventar. Literatura é criação e formação. Não consegue ser um bom escritor quem não foi bom leitor Eu penso que poderei ser considerado como escritor a partir do próximo romance, porque vou empenhar-me nisso. Porque o escritor tem sempre coisas a corrigir e a melhorar e sobretudo a aprender. Somerset Maugham foi o primeiro a dizer “eu sou um escritor”, quando publicou o seu primeiro livro. Quem escreve o primeiro livro e se assume como escritor, revela-se corajoso.


7 – (JTV) – Preocupa-se com os assuntos que escreve ?


(JBS) – Os assuntos podem ser os mais diversos, posso ter ou não preocupação com isso, porque, o que acontece, é que na minha literatura, seja qual for o assunto, vai sempre ser contemplado com os princípios éticos que eu defendo e portanto, num certo sentido, os meus livros ensinam regras comportamentais, que no fundo é sempre essa a minha preocupação. Eu entendo que um romance deve explicar a quem o lê as verdades e mentiras do dia a dia, pormenores que constituem autênticas lições de vida.


8 – (JTV) – Faz muitas emendas ao texto?


(JBS) - Escrevo uma página e releio-a e no final do trabalho concluído, faço uma revisão geral, sendo esta a minha parte que se encontra menos desenvolvida, porque não tenho muita paciência para o fazer. Mas terei que o fazer ou dar a alguém que o faça porque já começo a ter responsabilidades nos trabalhos que elaboro. Hemingway, creio que foi no Adeus às Armas, modificou trinta vezes o final do livro. Outros fizeram outros tipos de emendas, inclusivamente, rasgando tudo e começando de novo. Eu, se tivesse que destruir algum romance na íntegra não faria mais nenhum com aquele conteúdo. É que, enquanto escrevo, vou sentido o sabor da escrita, quero dizer, escrevo para mim e simultaneamente para o leitor, que sou eu, enquanto escrevo. E como normalmente estou a gostar daquilo que estou a escrever, emendo pouco.


9– (JTV) – Fala muito de Hemingway. Alguma razão especial ?


(JBS) – Sim, há algumas razões. Hemingway iniciou-se no jornalismo e só depois começou a escrever romances e nisso há alguma coisa de parecido comigo. Depois as suas obras são autênticas obras de arte, fazendo questão de salientar “O Velho e o Mar”, como qualquer coisa de extraordinário. Ele coloca o velho e o tubarão em luta, no mar, apenas, mostrando claramente como é a vida, duma maneira geral. Tenho simpatia pessoal pela sua vida particular, um homem ousado e destemido, sempre próximo da morte, quer na linha da frente, na guerra, com a espingarda nas mãos ou nas touradas, tudo na “sua” Espanha e a parte terna, os seus amores violentos, a sua vida em Cuba, onde escrevia na sua Remingthon. Hemngway pareceu-me um homem que não lidava muito bem com a vida, mas foi, indiscutivelmente um grande homem da literatura. Acho que a sua vida foi um poema de amor e ódio.


10 – (JTV) – Outros autores que tenha gostado.


(JBS) – Todos os clássicos russos, Zola e Balzac, Sommerset e outros. A Enciclopédia de Diderot onde colaboraram Voltaire e Rosseau é um documento extraordinário. A Mãe de Gorky, Ana Karenine de Tolstoi e o jogador de Fiador Dostesvsky são imortais. Entre nós toda a obra de Almeida Garett, Raul Brandão no Húmus e por aí fora.


11- (JTV) – Tem alguma referência sobre alguns autores ainda no activo.


(JBS) – Sim, gostava de citar um nome: Armando Baptista Bastos.


12 – (JTV) – Não gosta de Saramago?


(JBS) - Muitíssimo. Não o li todo, mas considero obras excepcionais, os “Levantados do Chão” o “Evangelho Segundo Jesus Cristo” e o “Ano da morte de Ricardo Reis”. Saramago foi um velho teso, nunca se vergou, disse sempre o que pensava, não fez favores a ninguém, foi um campesino que conseguiu escrever livros e ser premiado, assumiu posições claras sobre a Vida, sobre Portugal, sobe a Ética, que, no seu dizer era o suficiente para termos uma sociedade melhor. A sua palavra preferida era o respeito. Saramago entendia que, se nos respeitássemos uns aos outros, o mundo seria outro e melhor. Ele não gostava da frase “Não faças aos outros aquilo que não gostarias que fizessem a ti”, achava que a frase deveria ser “Faz aos outros aquilo que gostavas que eles te fizessem”. Pronunciou-se sobre o amor sem grande entusiasmo, porque o amor actua num âmbito restrito e não tem força para mudar o mundo. Amou Pilar, que chegou tarde de mais. Recorda os avós maternos, Jerónimo e Josefa, os passeios que dava nos terrenos enlameados da Azinhaga, local onde nasceu, fala com saudade das idas á Biblioteca à noite, do curso de serralheiro civil que, curiosamente continha a disciplina de Literatura, do seu emprego na oficina de automóveis, onde afinava as válvulas dos motores e… e… e…


13 – (JTV) – O País e a crise? Tem receio?


(JBS) – Não é agradável viver-se num clima destes, onde as perspectivas não são nada agradáveis, claro. Mas o meu receio principal é que, além da crise económica / financeira, há ainda a crise de valores sociais que tem uma relação muito próxima com a crise financeira. No fundo isto está tudo ligado. Mas, o receio da crise económica /financeira que vem aí, tem duas componentes, uma é não saber-se oficialmente porque é que a crise se instalou, quais as causas e o Governo tinha uma certa obrigatoriedade de esclarecer alguns casos como seja o do BPN, Face Oculta e por aí fora e a outra deriva de ter sido o Governo que não actuou bem e sermos nós a pagar a factura. Vamos ver como as coisas vão decorrer.


14 – (JTV) – Qual a sua grande preocupação de momento?


(JBS) - As minhas grandes preocupações são sempre de ordem social O desemprego preocupa-me imenso e a possibilidade da economia entrar em recessão também. A vida em si é uma grande preocupação. Umas vezes corre bem outras mal, mas é a que temos.


15 – (JTV) - Para terminar o que é ainda gostaria de dizer.


(JBS) – Quero dizer – lhe MUITO OBRIGADO.

quinta-feira, 24 de março de 2011

AS PESSOAS


AS PESSOAS

Andam por aí.

E fazem coisas que não entendo. Qual é o objectivo de viver ? Será que as pessoas em geral já pensou nisso? Valerá a pena ser incorrecto, indesejável, ambicioso, desonesto, incoerente, incumpridor, desumano e por aí fora… Acho que deveríamos pensar nisto, a sério. Porque entendo que estas situações que as pessoas criam não são compatíveis com o dia a dia.

Onde as pessoas se cruzam e se ignoram.

Apesar de não ser um modelo de comportamento, deu-me para aqui. De fazer um apelo ao bom senso. Mas quem sou eu ? Terá cabimento esta crónica ?

Não sei.

Quando ia para a Escola de bicicleta pedaleira, anos cinquenta, cruzava-me com um velhote ali para os lados das Pontes de Marchil, para aí de quarenta e tal anos, que cumprimentava toda a gente que ia em sentido contrário e sorria.

Era uma atitude simpática. Que trazia qualquer coisa de esperança naquele sorriso amigo, afável, seguro, sereno

Já deu para ver que, se formos humildes e praticantes da verdade temos mais possibilidades de trazermos um sorriso na face.

Como o do velhote.

Já agora,

Que é feito do Alfredo, sim, o Mingau ? E do Montinho ? Às vezes é importante dizer não e estes colegas diziam. Com charme e com autenticidade. Se falo deles é porque tenho saudades de comentar as suas crónicas.

Punha-me a ler os textos e os meus comentários teriam que ser sentidos e verdadeiros. Aquele era um trabalho que eu gostava de fazer porque me educava o carácter. Hum, estarei a ir bem. Optava pelo sentir. E lá ia.

Aquelas histórias que o Montinho contava. É a última, dizia ele. E depois lá vinha mais uma.
Porque é que já não vêem.

E o Norberto ? E o Moreno ? E o Diogo from USA.

Mas temos o Jorge Tavares. Que assina costeleta 1950 / 56.

É o único que o faz. Porque será ? Acho um gesto coerente. Não será para dizer que não chumbou nenhum ano. Ou é, Jorge ?

Eu repeti dois. Mas vou pôr.

Deixo-vos um abraço.

João Brito Sousa
Costeleta 1952 / 61

segunda-feira, 21 de março de 2011

ELEIÇÕES NO SPORTING


DESPORTO

AS ELEIÇÕES DO SPORTING

Há entusiasmo eleitoral. Cinco ou seis candidatos credíveis pelo menos em termos pessoais é importantíssimo para o panorama desportivo em Portugal, nomeadamente, para o futebol. Com esta atitude o Sporting Clube de Portugal demonstra estar vivo. Há algum dinheiro e nomes de treinadores em cima da mesa. Acho que Domingos será uma boa aposta, porquanto já mostrou que sabe da poda e conhece bem o futebol português. Passar por Braga fez-lhe bem.
No que aos candidatos diz respeito na minha opinião o que está mais preparado é o Juiz Abrantes Mendes, sportinguista inquestionável e que a mim me parece ver o futebol para além do futebol.
Efectivamente o futebol hoje não é só jogar à bola dentro do campo, para ganhar é preciso muito mais do que isso. O Sporting ontem à noite no jogo com a União de Leiria, jogou para ganhar por 4 ou 5 e empatou o jogo. Porquê ? É preciso que um dirigente perceba isto. Apesar de o jogo de ontem ser fácil de perceber porque é que o Sporting não marcou golos tendo criado várias ocasiões para o fazer.
Agora, há ocasiões em que não se percebe porque é que não se ganha ou não nos deixaram ganhar. E o dirigente tem de estar atento.
Deixo uma dica: em Espanha acusam Mourinho de pressionar os árbitros.

João Brito Sousa

quarta-feira, 16 de março de 2011

AO LADO ESQUERDO DO ZÉ PINTO

MESTRE MÁRIO

Figura de costeleta
incontornável
especialista
na área do ensino
e da amizade

Um grande Mestre e
Grande amigo
Que targo sempre
comigo

Grande declamador de Villarett ,
no fado falado que aí vai


Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar


Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte
Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde


Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama


Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:
Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar
Mas um dia,
Mas um dia santo Deus,
ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas


O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele


E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha


Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua
Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreende
me entendem sua dor


Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar
E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris


Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir
Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar


Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os doisLá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado


Recolha de
JBS

segunda-feira, 14 de março de 2011

JOSÉ SOUSA PINTO

SEGNDA FILA SEGUNDO LUGAR


É ocupado
Pelo José Pinto

Um grande homem

e grande amigo

Conhecido de toda a gente
é um companheirão
com uma história
para contar

da tropa
principalmente
lá em Tavira
com o Bastinhos

e outros

como o Ludgero Farinha
um bom homem
e igualmente
um bom amigo

Um abraço para os dois do
JBS

sábado, 12 de março de 2011

TSUNAMI




O TSUNAMI

Impressionante. Quem viu o funcionamento do Tsunami no Japão, pela TV, deveria, no mínimo, de ter ficado aterrorizado, com o desenrolar do acontecimento. Uma cidade como Sendai, no nordeste, que foi a região atingida, ser acometida dum desregulamento da natureza e começar a cair por todos os cantos, é assustador, pelas poucas chances que deixa para recuperar.
Quando o meu padrasto faleceu, na sua homília de despedida na capela, o senhor prior comentou o falecimento desta forma: tens muito dinheiro, olha para ali (e apontava para o caixão), tens muitos automóveis, olha para ali, tens muitas hortas, olha para ali e por aí diante.
Houve muitos escritores que se revoltaram contra esta forma de vida, que agora o Tsunami aproveitou para demonstrar que de facto a vida não vale nada. Mas as pessoas não querem saber disso, mas Raul Brandão e Torga, quiseram.
Diz Brandão: “O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas”
“Toda a gente forceja por criar uma atmosfera que a arranque à vida e à morte. O sonho e a dor revestem-se de pedra, a vida consciente é grotesca, a outra está assolapada. Remoem hoje, amanhã, sempre, as mesmas palavras vulgares, para não pronunciarem as palavras definitivas. E, como a existência é monótona, o tempo chega para tudo, o tempo dura séculos”
“A vida é fictícia, as palavras perdem a realidade. E no entanto esta vida fictícia é a única que podemos suportar. Estamos aqui como peixes num aquário. E sentindo que há outra vida ao nosso lado, vamos até à cova sem dar por ela. Estamos aqui a matar o tempo “
“Reduzimos a vida a esta insignificância... Construímos ao lado outra vida falsa, que acabou por nos dominar. Toda a gente fala do céu, mas quantos passaram no mundo sem ter olhado o céu na sua profunda, temerosa realidade? O nome basta-nos para lidar com ele “
“Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas “
Colocado por
JBS

sexta-feira, 11 de março de 2011

A AMIZADE








A AMIZADE
Por João Brito Sousa

A AMIZADE é um sentimento nobre que deve perdurar nos nossos corações, se possível, duradoiramente. É um sentimento belo, que nos dispõe bem e alegra-nos a alma. O passo seguinte é a felicidade. Ou a harmonia interna como pretende Saramago. Somos amigos de alguém quando se é detentor de carácter reconhecido por muitos. A amizade às vezes embaraça-nos e faz-nos exigências nas contrapartidas que moralmente requer. Temos de compartilhar com o amigo e ouvi-lo com atenção. È um amigo que está a falar. É ele a nossa voz, as nossas intenções são as suas, há um intercambio de interesses. E a vida sorri. A boa disposição chega e a vida é mais bela. A vida tem o seu encanto se nos oferecer condições para sonhar e se nós dialogarmos, entre nós, da melhor maneira que soubermos. A vida é sabedoria, é conhecimento, é alegria é vaidade às vezes. E também pode ser sofrimento. Normalmente é também. Ser amigo ou dar amizade a alguém é ter saudade, é gostar de estar, é sentir a sua ausência, lamentar-se. É desejar o bem, é querer o melhor, é tudo o que desejamos para nós desejarmos igualmente aos outros, é ter dinheiro para custear o essencial, é dizer bom dia amigo, é andarmos de cabeça erguida. E espinha direita.
A amizade reflecte-se naquele abraço que se dá à nossa mãe, quando chegamos de um longo período de ausência. A nossa mãe é sempre amizade. Nada mais belo que abraçar a mãe e perguntar-lhe, dizendo, mãe, estás bem, como te amo. Mãe, sempre. A minha mãe estará sempre comigo. In my heart.
Os meus amigos que já partiram deixaram-me mais só. Porque éramos verdadeiramente amigos. Uma vez …
Tenho saudades de tudo porque tudo o que fiz, amei. Pus nisso tudo, todo o meu empenho, todo o meu querer, todo o meu saber. Aprendi a sofrer, paulatinamente, pouco a pouco, degrau a degrau. Mas sofre-se mesmo amando, mesmo gostando, mesmo querendo. A amizade não é um sentimento linear. É um processo de gradual evolução, havemos de lá chegar. Mas é mais difícil manter. Um dia vem…que …
Devemos constituir laços de amizade fortes, indestrutíveis, quase. No fundo é amarmos, as coisas e as pessoas. Precisamos de amor. Precisamos de dar amor. Precisamos de partilhar, com os que nos estão mais próximos. Se todos pensássemos nisso, teríamos uma vida melhor, o ar será mais puro, as rosas mais vermelhas, os cravos idem e mais encantadoras as campanuláceas do valado. E os escritores seriam mais fluidos, surgiriam ideias, seria um mundo mais poético. Poesia. Poesia, o que é? É a amizade plena. É o encantamento que nos chega através da palavra. É a palavra no lugar certo.
Uma vez perguntaram a Hemingway se emendava os textos. Sim, disse o escritor. Para quê? Para ajeitar as palavras. A poesia nas palavras. A amizade nas palavras.
A amizade.


jbritosousa@sapo.pt

BENFICA


FRANCAMENTE...


Este Benfica, que lástima ...

O Benfica não tem noção nenhuma do que anda a fazer.

Espectáculo ....


Será ...


JBS

BENFICA ...


BENFICA ...HUM...

Não está a justificar nada este Benfica. Digamos que parecem nervosos. Mas esta equipa não podeestar nervosa. É um jogo de chacha, apesar do golo do PSG me parecer em fora de jogo.

O futebol praticado é de fraca qualidade. Assim, parece que não vamos lá. Falta alma e falta força. A equipa está triste.

Vamos ver.

JBS

terça-feira, 8 de março de 2011

SENHOR PRESIDENTE

NÃO LHE FICA BEM
Por João Brito Sousa

"Quem não sente não é filho de boa gente e as palavras que Luís Filipe Vieira proferiu após o Braga-Benfica caíram da pior maneira possível em Braga. O líder dos campeões nacionais acusou a Cidade dos Arcebispos de receber de forma hostil o clube que dirige e de pelo Estádio AXA terem passado alguns jagunços, deixando o presidente da Câmara Municipal local, Mesquita Machado, bastante magoado.

"Não temos de prestar vassalagem ao Benfica nem a clube nenhum. Os bracarenses têm como primeiro clube o Braga e não são obrigados a apoiar mais nenhum. Se ele [Luís Filipe Vieira] estava à espera de ser recebido com ranchos folclóricos e bandas de música, enganou-se. Mas, se ele quiser, eu proponho que se arranje isso para o receber da próxima vez", referiu O JOGO ao início da tarde o edil bracarense, para quem os arsenalistas saíram como justíssimos vencedores do jogo. "Só uma equipa é que jogou futebol e que criou 'n' oportunidades. O Benfica pode dar-se por feliz por ter perdido só por 2-1, porque se os nossos avançados tivessem concretizado todas as oportunidades, teria sido pior", analisou.

A escolha de Carlos Xistra para dirigir o encontro de domingo originou uma enorme polémica e levou mesmo os responsáveis do Braga a questionarem publicamente a decisão de Vítor Pereira, quando (aparentemente) existiam outros árbitros internacionais disponíveis. No fim do jogo foi o Benfica quem mais se queixou do desempenho do juiz da Associação de Futebol de Castelo Branco, mas, segundo Mesquita Machado, não existiram razões para tanto alarido.


"A nomeação foi contestada pelo Braga por motivos óbvios, mas não teve qualquer tipo de influência no resultado. A expulsão foi bem ajuizada, porque o jogador do Benfica dá um murro com a mão esquerda no Alan", explicou o autarca bracarense, que acusou Jorge Jesus de ter feito "terrorismo ao afirmar que o árbitro era do agrado do Braga".


"Isso é redondamente falso. Só são do nosso agrado aqueles árbitros que apitam com qualidade. Ele [Jorge Jesus] tentou condicionar o Braga, mas não conseguiu", sublinhou.

Como fiel seguidor do clube minhoto que é, Mesquita Machado seguiu com bastante atenção o encontro e ficou admirado quando soube que haviam acusado os membros do banco do Braga de fazerem pressão para Carlos Xistra expulsar Javi García por agredir Alan. "Foi uma desculpa de mau perdedor. Como se acusa o banco do Braga de fazer algo, quando todos viram a cena vergonhosa que se passou no fim do jogo com o Nacional", questionou o edil da Cidade dos Arcebispos, que no domingo adormeceu satisfeito por saber que os Guerreiros do Minho haviam reentrado na luta pelo terceiro/quarto lugar, que foi a meta traçada por Domingos Paciência no começo da temporada".
Retirado do Jornal "O JOGO"
por JBS

COMENTÁRIO / OPINIÃO

Sempre pensei que um Presidente de Câmara percebesse alguma coisa do que é o fenómeno desportivo. Mas enganei-me, porque este Presidente nem sabe as obrigações sociais a que se deve submeter.

Para dizer o que este Presidente disse há milhares de analfabetos por aí. O fenómeno desportivo é outra coisa e necessita sim de opiniões verdadeiras e construtivas.

Mas não foi isso que o Presidene disse.

JBS

SOLIDARIEDADE COSTELETA


SOLIDARIEDADE COSTELETA

Enviei uns trabalhos meus ao costeleta NORBERTO CUNHA, que teve a gentileza de os criticar, com a isenção de homem conhecedor e isento.

Trago ao vosso conhecimento este gesto do Norberto, porque é um costeleta solidário.

Aí vão os ses comentários:

1 - O título do opúsculo "Aqui Posso Chorar" é excelente. Agarra qualquer potencial leitor. Mas depois a promessa não se cumpre. É pena, pois podes fazer bastante melhor. O primeiro texto é um conto, mas tem muita ganga à mistura.

2 - Devias retirar o "Eu e Paderne" e iniciar a narrativa com os desentendimentos entre o Ti Zé e a mulher para dar mais força ao desfecho e neste ressaltar melhor a alcunha que ele acabou por receber.

3 -"Rouba-me", não parece ter a mínima relação com o texto que intitula, ou então o defeito é meu. Por outro lado, não chega a ser um conto. Parece ser antes uma introdução. E o resto? "

4 - O CANADINHAS" ainda mal começa já termina e com uma pergunta sem resposta. Não se sabe o que é. Não te esqueceste de nada?

5 - Quanto ao "Viver sem ti", há nele uma pequena pérola na ideia de se "dormir" com o país amado. Mas formalmente, fica muito aquém de outros sonetos teus.

O conto do Ti Tonho é o melhor. Ainda assim, exploras mal as potencialidades do epílogo "Aqui posso chorar". Este desfecho, se estivesse ligeiramente "subentendido" a partir de certo momento da narrativa, não seria talvez tão surpreendente, mas seria a cereja óptima a coroar o bolo.

Estes comentários não são para te desanimar. Pelo contrário. Mas um incentivo para que trabalhes mais aquilo que fazes e és capaz de fazer melhor. Um abraço. Norberto.

MEUS COMENTÁRIOS

1 - Este texto esta publicado no jornaltv. info e já tem 89 visitas. Concordo com o que dizes.

2 – Claro que retiro, isto foi enviado para o jornal.

3- Rouba-me e um mau esboço. Concordo.

4 – Canadinhas está inacabado.
5 – O Viver sem ti é um poema que a Marília me pediu para fazer exultando o seu patriotismo. Faz-me um poema João, pediu-me ela. E eu fiz

VIVER SEM TI



Viver sem ti, é não ser, é não estar
Não é viver se não te puder mexer,
Olhar-te, sentir-te, tocar-te e amar
Tudo isso está dentro do meu querer


Meu País, minha vaidade e paixão
Fui-me embora e senti que vibrava
E por ti estremecia o meu coração
Tive sempre a certeza que te amava


É verdade, também te amo e quero
E ninguém há com amor mais sincero
Por ti, meu País enamorado querido


Para onde tu fores eu vou e lá ficarei
Enamorada e apaixonada como eu sei
Tanto, que sonhei contigo já ter dormido.


João

segunda-feira, 7 de março de 2011

CRÍTICA DE NORBERTO CUNHA


AOS MEUS TRABALHOS

O título do opúsculo "Aqui Posso Chorar" é excelente. Agarra qualquer potencial leitor. Mas depois a promessa não se cumpre. É pena, pois podes fazer bastante melhor. O primeiro texto é um conto, mas tem muita ganga à mistura.

Devias retirar o "Eu e Paderne" e iniciar a narrativa com os desentendimentos entre o Ti Zé e a mulher para dar mais força ao desfecho e neste ressaltar melhor a alcunha que ele acabou por receber.

"Rouba-me", não parece ter a mínima relação com o texto que intitula, ou então o defeito é meu. Por outro lado, não chega a ser um conto. Parece ser antes uma introdução. E o resto?

" O CANADINHAS" ainda mal começa já termina e com uma pergunta sem resposta. Não se sabe o que é. Não te esqueceste de nada? O conto do Ti Tonho é o melhor. Ainda assim, exploras mal as potencialidades do epílogo "Aqui posso chorar".

Este desfecho, se estivesse ligeiramente "subentendido" a partir de certo momento da narrativa, não seria talvez tão surpreendente, mas seria a cereja óptima a coroar o bolo. Quanto ao "Viver sem ti", há nele uma pequena pérola na ideia de se "dormir" com o país amado. Mas formalmente, fica muito aquém de outros sonetos teus.

Estes comentários não são para te desanimar. Pelo contrário. Mas um incentivo para que trabalhes mais aquilo que fazes e és capaz de fazer melhor.

Um abraço. Norberto.
Recebido por mail
JBS

A DERROTA DO SLBENFICA


AFINAL,


Não me pareceu frango de ROBERTO no 1º golo do Braga. Foi um grande golo de Hugo Viana como foi o de Mossró.

Mas o Benfica, aparentemente, não se apresentou em campo para ganhar o jogo. O ambiente do banco e de alguma assistência, que jogaram pedras ou outros objectos para dentro do campo, exemplo disso a agressão a Carlos Martins, vinda de fora do campo, fizeram o resto.

Felipe Menezes não tem jogado e jogou, Jara é um bom suplente e jogou, Salvio ficou de fora e Roberto tem vindo a descer.

O primeiro golo do Braga resultou dum livre apontado ao contrário, porque a falta foi de Alan, com a expulsão de Javi Garcia, mas isso já sabemos há trinta anos como é.

Ficam as 18 vitórias seguidas, as últimas já com grande dose de sorte.

Mas... vamos aguardar.

JBS

BENFICA


TENHO MUITA PENA

Mas Roberto não teve "tomates" para agarrar a baliza do Benfica. Infelizmente os oito milhoes e meio de euros não deram resultado. O Benfica pode ganhar o jogo ainda, como o pode perder, mas aquela bola ROBERTO não a pode comer. Se é como dizem esses gajos relatores, que foi frangalhada.

Vamos ver.

João Brito Sousa

CRÓNICA DE DOMINGO


CRÓNICA DE DOMINGO

TAMBÉM EU.
Por João Brito Sousa

Iam de mão dada à Igreja aos domingos. Ainda namoravam e no percurso que ia da casa dela até à missa, local do destino, sorriam um para o outro, confirmando que se entendiam plenamente.
As pessoas que com eles se cruzavam, achavam enternecedor aquele casalinho, não diziam nada, mas dentro de si sorriam também. Às vezes algumas pessoas, desconhecidas, digamos, anónimas, quase que lhes acenavam com a mão e diziam baixinho, que sejam felizes. Era um casal conhecido antes do casamento que manteve a mesma popularidade depois. O casal carregava consigo uma boa dose de felicidade, ou, como refere dizer Saramago, uma boa dose de harmonia. A vida sorria-lhes.
Terminaram os seus cursos e foram colocados no seus postos de trabalho. Adquiriram uma viatura Austin Mini e foram passear. Para a neve no Inverno e para as praias no verão. Trabalharam muito e ganharam muito dinheiro. E as pessoas de antigamente quando os viam a passear na rua diziam o mesmo de outros tempos. que lindo casal. Mas agora já não iam à missa.
E continuavam a ir para a neve, mas menos vezes, porque os filhos impediam um pouco os movimentos. Às vezes ele dizia para a mulher: tenho saudades da neve. E ela dizia: ò homem deixa lá a neve.
Os filhos fizeram os seus percursos e saíram de casa. Agora mais folgados, voltaram a sair à rua com mais assiduidade. Aos domingos era sagrado, vinham de mãos dadas tomar o café na eventual hipótese de encontrar um casal amigo para dois dedos de conversa. Certa vez encontraram o Guedes que tinha sido parceiro de carteira dele.
-Estás só, ó Guedes, perguntou ele.
- É verdade, a minha mulher faleceu.
-E vives sozinho ?
- Sim. Já lá vai para três anos.
- Três ? interrogou-se ele.
- É verdade.
- Como o tempo passa, disse ele.
Ás tantas despediram-se. O Guedes ficou ainda.
- Conhecias a mulher do Guedes ? perguntou-lhe ele.
- Sim, conhecia sim, a Silvina. Era uma boa moça.
- Qualquer dia acontece-nos a um de nós, disse ele.
- É a vida, disse ela.
E as pessoas continuavam a reparar neles e a sorrir, nalguns casos ainda. Ainda passeiam pelas ruas , vão ao café de manhã, mas as pessoas que os vêm passar agora, interrogam-se e perguntam à mulher quando ela vai às compras sozinha.
- O que é que tem o seu marido?
- Foi operado à coluna e está a recuperar.
-Está tão velhinho, dizem elas.
-È a vida, dizia mulher.
- E a senhora apoia-o tanto. É tão boazinha.
- Tem de ser, diz a esposa.
Quando saem os dois, de mão dada, ás vezes cruzam-se com um autocarro que parou no semáforo. Ele olha para os passageiros, que pelo seu semblante, parecem dizer, que velhinho.
Mas ele ri-se e, como olhar diz para a mulher.
- Já fui novo
E ela
Também eu.

jbritosousa@sapo.pt

sábado, 5 de março de 2011

POEMA


"O Carnaval."
(Pinhal Dias)


O seu viver
é de reflexão…

O Carnaval
vem sempre bem vestido,
d’uma farsa
«Tradicional».
Admite estar rodeado
por esse Carnaval,
que lhe é assistido
por 365 dias…
Diariamente é confrontado
com todo o tipo de máscaras,
do político, económico, social
e com desgaste na saúde.
Basta!!!
Chegou o tempo de serem
todos desmascarados…



Amora - Portugal
4 de Março de 2011

Recebido por email.
JBS

terça-feira, 1 de março de 2011

HOMENAGEM A MARCELINO VIEGAS


A HOMENAGEM AO ZÉ AFONSO
Por João Brito Sousa

O José Marcelino Afonso Viegas, foi meu colega de turma, logo no primeiro ano do Ciclo Preparatório na Escola Comercial e Industrial de Faro. E depois também na Escola do Magistério Primário, igualmente em Faro. Portanto, tenho relações de boa amizade com o Marcelino Viegas há mais de cinquenta anos. Logo esse passado dá força a esta crónica.

O Zé, sempre gostou de escrever e sempre escreveu bem. Tinha inclinação para a escrita e lia bastante, mais do que os outros, porque ele queria escrever para os jornais. Foi ele, que me disse certa vez que queria ser jornalista desportivo; e conseguiu ser. Escreveu que eu saiba no jornal “A Bola” E depois, encontrei-o por aqui, no “Avezinha” e também no jornal da sua terra,”O Notícias de S. Braz”. Estranho que nunca se tenha abalançado num romance. Parece-me que tinha fôlego. Lembro-me bem que gostava bastante de ler o Eça e o Zé Rodrigues Miguéis, entre outros, claro.

Nos tempos do Magistério, tínhamos um jornal interno, de duas ou quatro folhas, não me lembro bem, onde escrevíamos umas coisinhas e o Zé levava aquilo muito a sério, dedicação essa que o guindou, mais tarde, a outros planos, sendo considerado hoje por pessoas da área, que o têm acompanhado, como um excelente jornalista, quer na informação de cariz social, desportiva ou simples crónica.

Homenagem porquê se o Zé tem tanto para dar? Teria, se não fosse acometido de uma doença, traiçoeira, como são todas as doenças. Todos estamos sujeitos a isso; é o risco que corremos pelo facto de estarmos vivos. Da minha parte terá todo o meu apoio e coloco-me à sua disposição, para o que der e vier, desde que esteja dentro das minhas possibilidades de dizer sim. E o Zé sabe disso.

As pessoas, numa certa fase da vida são muito próximas, andam sempre que podem juntas, conversam animadamente e depois distanciam-se por um motivo qualquer e, mais tarde, voltam a encontrar-se. E tentam conversar, rindo das conversas que tiveram noutros tempos, das noites bem passadas e por aí fora.

Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo e com o Zé. E nesse intervalo de tempo, em que tivemos distantes, não ausentes, a sua competência profissional foi reconhecida pelas mais altas instituições da Região e do Distrito. A sua dedicação foi inquestionável o que enriquece enormemente o seu invejável “curricula”, constituindo-se, indiscutivelmente, como um dos nomes mais seguros da imprensa escrita algarvia. Daí a razão de ser desta homenagem, justa, quanto a mim, cuja realização está em marcha e tem apoios vários, entre os quais se contam os consagrados homens do jornalismo, João Leal, Neto Gomes e Varela Pires e talvez outros.

E tem também o meu apoio, pelo menos como colega e amigo. E quero deixar-lhe aqui expresso, um voto de sinceras melhoras e ainda que tenha um Bom Natal, junto dos seus.

E um Ano Novo de muita prosperidade.

E aquele abraço do

jbritosousa@sapo.pt