FOTO DO ALMOÇO ANUAL

FOTO DO ALMOÇO ANUAL
A VELHA MALTA

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A ESCOLA TOMAS CABREIRA, MODESTO REIS E A FAMÍLIA LÃ.




O LICEU E A ESCOLA TOMAZ CABREIRA






Para se construir o Liceu de Faro, edifício que constitui hoje a Escola Tomás Cabreira, houve que contar com a benemerência do Modesto Reis, para a cedência de algumas casas e terrenos actualmente integrantes daquele amplo complexo educativo.

Importa desde já acrescentar que o Modesto Reis era de origens espanholas, creio que de famílias da Andaluzia, o que não é para admirar, pois grande parte da indústria algarvia dos meados do séc. XIX foi aqui implantada por espanhóis, sobretudo das terras meridionais. Ao que sei, era parco de instrução, faltava-lhe polimento e finura de trato, tinha atitudes rudes e gestos boçais. Em contrapartida, era esforçado no trabalho e muito persistente nos negócios, apesar de desconfiado e ardiloso.

Tinha espírito criativo e empreendedor. Desdenhava dos burgueses ricos a quem chamava de “finórios” e tinha verdadeiro asco aos argentários, a quem chamava de “sanguessugas”.
O Modesto tinha três filhas, que segundo consta eram bonitas e muito prazenteiras, as quais se integraram muito bem na sociedade. Além de simpáticas eram apreciadoras da música e da poesia, causando assolapadas paixões entre os cultores de Orfeu...
Casaram as três com algarvios, que formaram respeitáveis famílias na sociedade do seu tempo. Porém, mais tarde, com a morte do Modesto Gomes Reis, as filhas herdaram os imóveis e as indústrias, que, por razões várias, sobretudo por vicissitudes externas, tiveram de vender ao empresário João Francisco Lã, creio que natural dos arredores de Lisboa, oriundo de uma família de comerciantes com negócios e relações no Algarve.
Foi esta família Lã quem comprou a vivenda do Modesto Reis, que após alguns melhoramentos a transformou naquilo a que o vulgo chamou de “Palácio Lã”. Mas este empresário era também aquilo a que em Lisboa se chamava um novo-rico, ou seja, alguém que enriquecera à custa das novas oportunidades suscitadas pelas alterações políticas do novo regime republicano. Quem o conheceu dizia que não era menos rude do que o Modesto Reis, pelo que o velho palácio em estilo neo-islâmico continuava a ser residência de príncipes... do dinheiro.

A origem da fortuna dos Lã enraizava-se no negócio de importação e exportação de produtos alimentares e de primeira necessidade, especialmente de café, açúcar, cereais e leguminosas, trigo, cevada, aveia, feijão e grão, além de frutos secos, amêndoa, figo, vinhos e aguardentes. Mas foi a transformação industrial do azeite e da alfarroba que mais lucros lhes proporcionaram. Era no Largo do Carmo, na esquina com a rua da Fonte do Bispo, que se situavam as mercearias e armazéns de venda, por grosso e a retalho, da família Lã. As indústrias, os lagares e destilarias, continuavam a ocupar os quarteirões iniciais da actual avenida 5 de Outubro.

Nos finais dos anos setenta, que foi quando vim morar para a Rua Eça de Queirós, conheci não só as velhas instalações industriais como ainda os bairros onde residiam ainda muitos dos antigos operários.

A título de curiosidade, faço aqui lembrar que quando o general Carmona efectuou a primeira das duas visitas presidências que realizou ao Algarve, ficou instalado no edifício do Departamento Marítimo do Sul, pouco depois devolvido à Igreja para nele ser reinstalado o Paço Episcopal; mas alguns dos ministros e membros da sua comitiva oficial instalaram-se na majestosa residência que o vulgo designava por “Palácio Lã”.

Nessa altura, foram tão magnificamente recebidos e tratados pela família anfitriã, que o governo, com a anuência do próprio Presidente Óscar Carmona, decidiu agraciar o João Francisco Lã com o grau de Cavaleiro de uma ordem militar, creio que de Cristo, pelo que o vulgo, com a subserviente deferência da época, passou a tratá-lo por “Senhor Comendador”.

Em abono da verdade, devemos afirmar que a Família Lã obteve grande notoriedade na sociedade farense, sobretudo nas décadas de trinta até sessenta do século XX, devido à projecção empresarial dos seus negócios. Por isso se compreende que alguns dos seus membros tenham sido convidados a desempenhar alguns cargos públicos importantes, nomeadamente na autarquia farense e nos grémios associativos relacionados com o comércio e a indústria.

Um dos seus filhos, José Francisco Lã, desenvolveu uma grande paixão pela aviação, tornando-se amigo muito dedicado dos principais pilotos aviadores da aeronáutica civil e militar do seu tempo. Digamos que durante quarenta anos o “Lã Aviador” foi não só um pioneiro da aviação no Algarve, como ainda o seu maior impulsionador, divulgando iniciativas nacionais e internacionais, criando um clube de aviadores e recrutando instrutores para o ensino da pilotagem aérea. Ao seu esforço se ficou ainda devendo construção de uma pista improvisada no sítio da Meia Légua para a aterragem de pequenas aeronaves. Nessa pista chegou a aterrar, mais do que uma vez, o seu íntimo amigo General Humberto Delgado que na sua casa era sempre recebido da forma mais efusiva e entusiástica.

Os algarvios, na sua acirrada e, por vezes, inconveniente ironia, apelidavam jocosamente o José Francisco Lã como “Ministro do Ar”, epíteto que, aliás, não lhe passava desapercebido. Era natural da Fuzeta, e faleceu em Maio de 1975, com 73 anos de idade. Os seus dois filhos foram igualmente importantes cidadãos: Maria da Encarnação Silveira Lã Fernandes Correia, foi uma notável Inspectora do Instituto de Oncologia, e o José Silveira Lã, foi um competente e muito dedicado funcionário da Comissão Regional de Turismo do Algarve.
Foi o último do clã, porque o seu irmão mais velho, João Francisco Lã Júnior, o grande impulsionador dos negócios herdados do patriarca da família, morrera em Faro, vinte anos antes, a 5-10-1954, com 60 anos de idade, depois de umas férias de intensa pesca desportiva na vila de Sagres, de onde regressara bastante doente.

Dotado de um apurado sentido empreendedor e de grande inteligência, expandiu os negócios que do pai herdara, tornando-se num dos mais prestigiados comerciantes da praça de Faro, com capital investido em diversas firmas algarvias, o que lhe permitia manter interesses financeiros em diversos sectores ao mesmo tempo.

Em todo o caso era no mercado das hortícolas, dos frutos secos, azeites, vinhos e cortiças, que mais se evidenciou, mantendo avultados negócios no estrangeiro. As suas relações internacionais com diversos países europeus e com as nossas antigas colónias permitiram-lhe dispor de meios financeiros capazes de se tornar num dos homens mais ricos do Algarve. O prestígio de que gozava entre os seus pares valeu-lhe a eleição para Presidente do Grémio dos Exportadores de Frutos e Produtos Hortícolas do Algarve. Além disso desempenhava as honrosas funções de director-tesoureiro da Caixa de Abono de Família do distrito de Faro.
Por fim, o seu primo, António Lã, natural de Mira d’Aire, e notável armazenista de mercearias em Faro, que desempenhara vários cargos públicos, nomeadamente em 1934 na vereação municipal, e, mais tarde, na Comissão Municipal de Turismo, onde se manteve muitos anos, viria a falecer, também nesta cidade, em Agosto de 1974, com 69 anos de idade.

Texto: investigação do Professor Doutor José Carlos Vilhena Mesquita, titular do blogue http://algarvehistoriacultura.blogspot.com/

Recolha de
João Brito Sousa

sábado, 31 de outubro de 2009

ARTE DE PENSAR? ...


A ARTE DE PENSAR

A propósito do poema do António Palmeiro, comecei a pensar no título, por não me entrar bem essa coisa de pensar ser arte. O título da crónica Antonina, a ARTE DE PENSAR, estará correcto? Vou pensar!...

Ao pensar em pensar, estava a dar instruções ao cérebro para trabalhar esta premissa. O cérebro, entretanto, vai trabalhar esta mensagem, indo certamente buscar informações ao meu armazém cultural, e responde.

Pensar é raciocinar, é pôr o cérebro em acção, é entregar-lhe uma questão para que o mesmo responda. O cérebro vai dar uma resposta a uma questão que lhe é colocada através do pensamento..

Pensar é pedir a um comando que responda a uma questão colocada. Coloca-se uma questão a nós próprios e a resposta vem depois de se pensar maduramente nela.

Pensamento é a atitude de pensar em movimento. É o resultado de uma pesquisa, é uma resposta obtida a uma questão colocada.

O cérebro,

- aceita milhares de informações vindas dos nossos vários sentidos (visão, audição, olfato)
- deixa-nos pensar, sonhar, raciocinar e sentir emoções

Pensar, é uma actividade que actua na oficina onde se situa o cérebro, portanto, não será arte.


Pensar uma actividade que conduz a uma resposta. Não é arte.

Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma e processo mental.

Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo, podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.

Pensar não é arte. Logo, ARTE DE PENSAR, não.

Joáo Brito Sousa

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

OS COSTELETAS


O JANTAR MENSAL DOS COSTELETAS EM LISBOA

È NA ÚLTMA TERÇA FEIRA DE CADA MÊS,

No restaurante do Alfredo Teixeira, na rua dos Correeiros em Lisboa, a rapaziada costeleta reúne-se na última terça feira de cada mês. É um momento de confraternização costeleta, onde as conversas versam recordações da Escola, que está sempre presente.

Fiz as presentes no jantar de hoje a seguinte pergunta: A TUA RELAÇÃO COM A ESCOLA e UM PROFESSOR. As respostas foram:

Alfredo Pedro – A Escola, foi o local onde me eduquei e aprendi o que sabia aos dezoito anos. Esses conhecimentos que adquiri, foram muito importantes para me iniciar na minha actividade profissional. A Escola é também saudade. Um professor Dr. Urbano.

Alfredo Teixeira – Para nós que íamos de fora da cidade a Escola foi convívio e amizade, solidariedade e fraternidade. Tive na Escola grandes Mestres e quero salientar o grande amigo de todos nós, Carolino de seu nome que nos ensinou dactilografia.

Zé Xavier de Basto (Pepe) – A Escola é um lugar sagrado, onde fiz grandes amigos, Como o Zé Pinto, o Hernâni e o João Ramos e todos aqeles que jogaram comigo à bola. No fundo, todos aqueles com quem convivi, sem esquecer o colega do lado nos jogos de futebol Emocionei-me quando vesti a camisola da Escola pela primeira vez. Um professor, o prof. Américo.

Honorato Viegas – A Escola é o local onde nos fizemos homens. Nunca chumbei nenhum ano porque a Escola do meu tempo tinha bons mestres. Um professor, o Dr. José Correia.

João Sebastiana – A Escola foi, para mim, o lugar da brincadeira e onde me apaixonei pela primeira vez. E ela disse que sim… Um professor, Mestre Olívio.

José Paixão – A escola um lugar importante na minha vida. O homem que fui foi forjado na Escola. Grandes amigos. Um professor, Diamantino Piloto. Um grande homem.

Ludgero Farinha – A Escola é saudade. Um professor, o Dr. Uva.

Carlos Gomes – A escola é o lugar onde eu vou sempre que posso. Um professor, o Dr..Batalha a desenho.

Texto de
João Brito Sousa

sábado, 17 de outubro de 2009

RAFAEL CORREIA


VISTO POR FORA

RAFAEL CORREIA , um eremita da rádio

Com a devida vénia à jornalista Fernanda Câncio, aqui se transcreve o seu artigo publicado no "Diário de Notícias", de sábado passado:

«Durante quase 30 anos, RC, fez na RDP o programa "Lugar ao Sul". Ganhou uma legião de fiéis e um lugar único na história da rádio portuguesa, que chegou este Verão ao fim. Retrato difícil de um homem secreto com um talento precioso, o de ouvir e fazer falar. E o de perder tempo.

Passou décadas a percorrer o país à procura de pessoas, vozes, histórias, canções, usos e ofícios. A maior parte das vezes só, só ele e o seu gravador, só ele e o equipamento de som. Fez da solidão uma espécie de missão, talvez mesmo de fé. Dizem os colegas e os que o chefiaram que também no estúdio, a montar o programa, se fechava horas, só ele e o seu material, "numa espécie de missa".

"Fazia tudo sozinho, desde conduzir o carro ao resto. Era um trabalho de paixão, chegou a meter dinheiro dele para fazer aquilo". Noel Cardoso, chefe de produção da RDP Sul, não se poupa no retrato.

"Tinha uma aptidão extraordinária para descobrir assuntos e pessoas. E era incrível a pôr gente a falar, mesmo a mais rural e fechada. Tinha essa habilidade. Nunca queria falar com os ‘conhecidos’, perdia muito tempo a procurar. Era o ‘Portugal profundo’ – a gente do artesanato, das lendas, das canções de trabalho... E fazia três horas de gravação para aproveitar vinte minutos".

A ideia do "Lugar ao Sul" ter-lhe-ia surgido, diz Noel Cardoso, depois de uma estada em França, a partir de algo de semelhante que lá ouviu. Verdade é que programas parecidos chegaram a existir em Portugal, antes e durante, mas ninguém contesta a superioridade do de Rafael.

"Ganhou quase tudo o que havia para ganhar em rádio, em termos de prémios e galardões", garante o director de produção da RDP. Apesar de tantas distinções, recusava quase sempre entrevistas. Fotos, impossível: o mais que se encontra é uma coisa tipo passe, de há muito tempo. O telefone de casa toca, sem ninguém atender; de telemóvel ninguém lhe ouviu falar. A vida fora da rádio e do programa é um mistério: autodidacta com o sétimo ano "antigo" (actual 11.°); uma mulher e uma filha, talvez; uma casa em Faro; a passagem por um banco e por explicações de inglês, a entrada na Emissora Nacional como jornalista, a passagem a realizador, a ida para França, alguns dizem que "por causa de uma paixão", o regresso e o início, há 29 anos, do "Lugar ao Sul".

"Ele não fala com ninguém, o problema é esse", lamenta Noel Cardoso. "E não fala do programa dele: ‘Quem quiser falar do programa oiça e fale, eu não falo’".O programa, de duas horas, era semanal, ao sábado. Ouvintes referiam-se, em cartas para a RDP, ao autor como "parte da família" e quando o "Lugar ao Sul" passou, recentemente, para metade do tempo choveram protestos e temores, o de que fosse a antecâmara do fim. Um temor de que o próprio, adianta João Coelho, director da Antena 1 da RDP, de 1996 a 2002, padecia. "Passava a vida a achar que lhe iam acabar com o programa. De cada vez que eu pedia para falar com ele, vinha convencido que era dessa. É preciso perceber que quando o conheci, nos anos 80, era o tempo da rádio do ‘disc jockey’ e ele era tudo ao contrário disso: levava muito tempo a fazer as coisas, e fazia-as de uma certa maneira. Sofria muito com a mediania dos quadros intermédios, o que terá criado nele um bocado o sentido da perseguição."Que terá nascido primeiro, o isolamento ou a solidão? Que terá feito de Rafael Correia o "bicho-do-mato", na expressão de João Coelho, que tantos sublinham?

"Aquilo que lhe posso dizer do Rafael Correia é que é uma pessoa muito tímida, muito introvertida, muito individualista. Mas conseguia-se sempre colocar no patamar sintáctico, cultural, dos seus interlocutores, fossem quem fossem. Tem um talento muito invulgar. E recolheu um mosaico interessantíssimo do País", diz José Manuel Nunes, director da RDP, de 1984 a 1991, e presidente do respectivo Conselho de Administração, de 1995 a 2002.

Um colega da RDP de Faro prossegue o desenho: "É uma pessoa de poucas falas, muito fechada, de feitio um pouco difícil. Recusava até os contactos dos ouvintes e das pessoas que entrevistara. Elas ligavam para a RDP e ele não as atendia."Confere com o testemunho de Álvaro José Ferreira, um dos maiores admiradores do programa "Lugar ao Sul" e do seu autor. "Quando o e-mail dele da RDP estava activo, o que sucedeu até Junho passado, cheguei a enviar-lhe várias mensagens, quer para pedir informações sobre temas musicais que passava no programa quer para lhe sugerir pessoas a visitar, mas nunca tive a sorte de obter uma resposta, apesar de saber que teve em consideração algumas das sugestões que lhe fiz.

"Criador de um "grupo de amigos do LUGAR AO SUL" no MySpace (http://www.myspace.com/lugaraosul) e detentor de um blogue sobre rádio (http://nossaradio.blogspot.com/), Álvaro Ferreira reproduziu neste último uma longa exortação a várias entidades (a começar pelo Presidente da República e a acabar no Provedor do Ouvinte da RDP) na qual, com o título "Lugar ao Sul": um programa-património, enumera não só as qualidades do mesmo e os prémios e distinções de que foi alvo como cita vários elogios de académicos e ouvintes para, finalmente, secundar Adelino Gomes, actual Provedor da RDP, no repto à administração da RDP para a edição discográfica "do melhor desse inestimável acervo", sugerindo também a colocação on-line do espólio do programa.

Mas não fica por aqui: propõe a realização de uma homenagem nacional a Rafael Correia, "talvez no Coliseu dos Recreios".João Coelho pega na ideia. "Fazia-me sentido que ele recebesse uma condecoração no 10 de Junho. Se alguém merece, é ele." À falta, claro, do que fazia sentido a toda a gente que não passava sem o "Lugar ao Sul" — que continuasse.

Aos 72 anos, porém, dois após a reforma obrigatória e já com contratos a termo certo (um expediente que a RDP utiliza para manter ao serviço aqueles que assim o desejam) Rafael Correia terá desistido. A explicação que mais colhe é a de ter sido convocado para uma nova formação tecnológica – é a justificação que Feliciano Estêvão, o director da RDP Sul, adianta."Ele não gostava nada de ter de lidar com novos equipamentos, resistia sempre muito", lembra José Manuel Nunes. João Coelho encolhe os ombros: "Às vezes isso é não saber lidar com as pessoas.

Não que eu defenda um registo de excepção, mas... Enfim, presumo que ele tenha resolvido fazer um real manguito."» (Fernanda Câncio, in "Diário de Notícias", 26.09.2009)Nota de rodapé: De acordo com informações facultadas por fontes internas da própria RDP (insuspeitas), Rafael Correia foi empurrado para a reforma, contra sua vontade, sendo que a sua alegada "desistência" em meados de 2009 se prende, entre outras desconsiderações, com o abstruso vínculo contratual – à margem da lei – que Rui Pêgo, com o assentimento da administração da RDP/RTP, lhe apresentou como condição ‘sine qua non’ para a continuação do programa.Os ouvintes do "Lugar ao Sul" e contribuintes do serviço público de rádio prometem que não vão deixar cair a questão e clamam que seja feita justiça ao emérito Rafael das Neves Correia!

Artigode Álvaro José Ferreira
colocado por
JOÃO BRITO SOUSA

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CONTRARIAMENTE...


À GRANDE MAIORIA DOS COSTELETAS, NÃO ESTOU DE ACORDO COM O MODELO QUE A DIRECÇÃO ENCONTROU PARA CONTINUAR O BLOGUE.

PORQUE,

Não foram ouvidos os administradores cessantes talvez porque as demissões não foram aceites, mas em minha opinião deveriam tê-lo sido.

As decisões tomadas a seguir, não se sabe como foram obtidas nem se houve consultas (nem se foram consultadas para o efeito, as pessoas boas e tidas como de grande competência que a Associação possui).

A aceitação de textos anónimos e ou com pseudónimos para publicar é uma ofensa à dignidade costeleta. Porquê esse favorecimento?

Mas a surpresa maior, foi o trabalho de alguém que, tendo acesso aos comentários, ter eliminado um comentário meu, onde citava não concordar com o comportamento da Direcção, em termos do modelo novo agora apresentado.
Bem, o blogue não é o meu modo de vida , mas não é gratificante sentir na pele o desconforto de me ter sido eliminado um comentário.
Desejo a maior sorte do mundo ao blogue http://ocosteletas.blogspot.com/

Entretanto, saudações costeletas.

João Brito Sousa

CRÓNICA FROM WASHINGTON


EMIGRAÇÃO

Causa e efeito.

Foram pelo menos três as grandes vagas de emigração portuguesas. Muito pode e tem sido dito e escrito sobre este fenómeno que não e' estritamente português. Os homens movem-se como a agua, procuram sempre o seu leito, o mais baixo ou mais profícuo. E sempre a causa e efeito os acompanha.

A nossa causa foi sempre a procura de uma vida mais abastada e desafogada, o fugir a' desfortuna.

A primeira onda dá-se ainda na segunda dinastia, a de Avis. O Norte de África, a África desconhecida era o apelo. Sabia-se que havia trigo! A "Ínclitica família” delineou um plano; a conquista primeiro depois repovoar a' nossa maneira sob a bandeira do cristianismo. Não correu muito bem no seu epilogo mas, muitos foram os portugueses de norte a sul que abandonaram as pobres aldeias na miragem de melhor vida embrenhados no Magrebe fazedor se sonhos e miragens.

A segunda "levada" migratória em massa acontece a seguir ao evento das descobertas ou encontro com novas paragens, mais ou menos povoadas mas que povoaram a imaginação das nossas gentes.

O Brasil, o sertão sul americano abria-se-nos, criaram-se "os bandeirantes",novamente as nossas aldeias se despovoaram. A segunda onda ai estava. Partimos de armas e bagagens em procura da fortuna ,sempre difícil, sempre miragem que nos fugia entre os dedos mas o sonho acompanhava-nos, a quimera vivia mais alem...era preciso agarrá-la. Alguns conseguiram, muitos mais falharam .O "el dourado"estava la', acenava-nos.

A conjuntura Europeia com o evento da revolução francesa alterou-se. A emigração descuidada, feita ao gosto e necessidades individuais ganhou nova forma. A corte e as suas elites ao refugiarem-se onde ate' então só a emigração procurava abrigo alterou o conteúdo, aumentou outro dado a' equação, o sonho de Nação independente e de emigrantes nasce. A génese dum pais novo ganhou vida.

Ao independentizar-se o pais necessitou de mais bracos, a hemorragia das nossas terras consumou-se e ficaram a um passo da desertificação humana. Mas um pais de emigração havia nascido. Filho nosso...nem sempre agradecido.

A terceira vaga dá-se durante a vigência do Estado Novo. As circunstancias de uma Europa, outra vez destruída por uma guerra, desta vez sem par em destruiçãode infraestruturas e perdas de vida, em influenciar-nos sem que entremos directa e activamente nela. Foram vinte milhões de Europeus que pereceram, na sua grande maioria jovens, os jovens que seriam necessários para a reconstrução. A Franca, Alemanha, Bélgica e Aústria receberam-nos de braços abertos mas nem sempre de coração.

Nasceu a "emigração a salto", aquela que se proibia sem se proibir...ao proibir incitava-se a' "partida" que trazia contrapartidas chorudas em divisa ao Estado Novo ja' decadente .A politica cega não soube avaliar e julgar os ventos de mudança que assolavam o "euromundismo".

A emigração não terminou ate' hoje embora tenha mudado de "cara".A globalização, a movimentacão de pessoas e bens não e' nada mais nada menos que a "outra" face da emigração.....E como me dizia um dia destes um amigo meu, da diáspora e costeleta de sucesso ,o Francisco Rodrigues do Poço Longo:

"os homens movem-se e encontram-se..as montanhas não!..."

Um abraço.
DIOGO COSTA SOUSA

PS- Um excelente trabalho.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FUI VER O http://oscosteletas.blogspot.com


VIVA A MALTA

Todos os antigos alunos que escrevem no http:/oscosteletas.blogspot.com, nada têem a ver com ESCOLA TOMAZ CABREIRA, pois não a frequentaram, sendo quase todos, Escola Comercial e Industrial.

O blogue oscosteletas, já retomou a marcha e, na qualidade de antigo colaborador, acho que me assiste o direito de dizer algumas palavras acerca de posições assmidas por Administradores, comentaristas e se calhar outros. È verdade que estive no centro da polémica, mas direi que me senti profundamente ignorado, por pessoas que deveriam saber, que a palavra GRATIDÃO existe. E penso que havia motivos para uma palavrinha que foi sempre esquecida.

Mas desejo ao blogue http://oscosteletas.blospot.com/, as maiores felicidades do Mundo.

Na vida, tudo é relativo.

É nossa intenção fomentar um contacto com outras escolas congéneres, aprender com elas e ensinar-lhes também.


Hoje, vamos deixar as palavras de um grande costeletada, da ESCOLA COMERCIAL E INDUSTRIAL.


À CONVERSA COM O JOÃO PARRA

Andei a passear por aí. Estive com o Custódio Faustino na Conceição de Faro, com o Orlando Bica, o Luís Isidoro e o Zacarias em Estói, passei no sítio da Areia onde estive à conversa com o António Viegas, passei por Olhão e encontrei o Manuel Poeira, o António Paulo, o Fonte Santa, o Nuno irmão do Teotónio e cunhado do Zeca AFONSO, dei uma apitadela ao nosso Contra Almirante António Brito Afonso em Bordeira, apitei ainda ao Fernando Vieira Cabrita em Alfandanga, dei um toque também ao João Vitorino Mendes Bica e ao Zé Reis e por fim encontrei o João Parra.

João, a vida como vai?

Se eu fosse o FERNANDO PESSOA, diria: “Toda a vida é um sonho. Ninguém sabe o que faz, ninguém sabe o que quer, ninguém sabe o que sabe.

E o que é que sabemos nós ó João?

Nada é mais difícil do que sabermos o que sabemos e sabermos o que não sabemos.

E o que é isso do conhecimento ó Mestre João Parra ?

O conhecimento é um acto de pensamento que estabelece legitimamente um objecto como objecto. Só existe conhecimento quando o objecto é estabelecido com legitimidade.

E a intuição João, o que será?

A intuição designa uma forma de conhecimento imediato.

João, estás em forma. O ponta de lança como é que joga?

Em antecipação sempre. Nos pontapés de canto é saltar um décimo de segundo antes do central e záz. No jogo pelo chão é arrasta o central para um lado e sair pelo outro.

Foste tu que secaste o BOMBA num jogo de handeball entre a ESCOLA e o LICEU ?

Sim, a equipa era Palminha, Barão, Caronho e Pinto Faria. Júdice, Parra e Dadinho.

Conheceste o Zaralho ?

Não, mas sei que foi um costeleta de Tavira que deu um coice na cesta onde o polícia tinha a comida e partiu os pratos todos.

Uma palavra final.

Um abraço para todos.
Texto de
João Brito Sousa

OS POLÍTICOS


TENHO DÚVIDAS...

Aqui, neste blogue, pode-se falar de tudo, desde que o façam com respeito. Não há necessidade de ser ao contrário. Tem de haver respeito um pelos outros e por todos. Assim, a vida tornar-se-à mais digna.

Quem quiser colaborar pode mandar os textos para o João Brito Sousa, cujo email é jbritosousa@sapo.pt, que eu publibco
Para ver o blogue é http://escolacomercialeindustrial,blogspot.com

Vou falar hoje de um tema difícil, para dar o exemplo daquilo que quero.

OS POLÍTICOS.

Será esse desempenho uma profissão. Um dia o Zé VITORINO disse-me que era um profissinal da política. Creio que não chega para se considerar esse desempenho como profissão. São políticos, normalmente, os advogados, porque têm uma boa capacidade de utilizar a palavra.

A política em Portugal é isso, utilizar a palavra conveniente na altura certa. E as pessoas aplaudem. E cá está a justificação porque dizem ter ganho todos no acto eleitoral. Agarram-se a um pormenor de significado irrelevante, por vezes e, arvoram-se logo em vencedores.

Foi assim no 25 de Abril de 1974 e continua a ser assim agora.

Os políticos deveriam aser julgados pelos trabalhos que fazem enquanto governam. Quem naad fez pois nãaaaão poderá ser valorizado pelo que não deve prosseguir-

È uma outra forma de fazer política

Texto de
JOÃO BRITO SOUSA

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CRÓNICA FROM WASHINGTON


(Diogo Costa Sousa, Zé Gabadinho, M.Lima,Florival, Coelho e Reinaldo)

Perguntas ja' sem resposta.

Sera' que e' possivel ser homem sem nunca ter sido menino?Sera' que uma crianca O possa nunca ter sido?Eu diria,talvez!Gostaria de possuir o talento para escrever como o teem alguns colegas. Nao tenho,portanto nao serei capaz de transcrever o que quero como o desejaria.

Olhando para traz eu recordo que nao tinha pachorra nem pempo para perder com brincadeiras que eu considerava insonças quando, poderia estar observando como funcionava um tractor, interrogando-me como e o que faziam actuar os seus hidraulicos,como funcionava um motor,que fenomenos produziam o efeito de movimento a's suas rodas de balanco.

Consumia ou consumi o meu tempo observando e tentando entender estes, para mim e à época, fenõmenos técnicos. Se passava um avião, olhava para o ar e interrogava-me:-'Que diabo faz aquilo se manter no ar se as asas nao se mechem e, ainda por cima tão rapido?'Jogar ao "coito" fi-lo raras vezes! Futebol? Alem de cansar e nunca fui fisicamente forte, não achava 'piada' nenhuma ao correr atraz de uma bola e, achava estranho que houvesse quem faltasse a uma aula em troco de uma jogatana!...

Eu, se faltasse seriam so' porduas razoes, ou não gostava do professor ou tinha ' medo' da materia.E isto traz-me a' memoria uma aula de festa no fim do segundo periodo do quarto ano(segundo da formacao de serralheiros).

Recordo ainda todos os professores, se nao pelos nomes pelo menos pelos apelidos. Portugues, Dona Eunice (pescocinha...o apelido fala por si) Matematica, Dr.Tavares de Matos Tecnologia, Eng.Costa Pate', Desenho, Eng.Neves Pereira (Engenheirinho...baixa estatura mas um grande homem....foi ele que nos disse que a estatua de Duarte Pacheco em Loule ficou por acabar, porque alguem tinha "gamado" uma parte dos fundose, deu-se a desculpa de que Duarte Pacheco tambem não havia concluido os seus projectos)... a malta da turma deve recordar-se disso, Mechanica, tambem o eng.Neves Pereira, Oficinas, os mestres Olivio e Mendonca, Fisica o Dr.Pinheiro da Cruz (o lambreta...devido ao seu modo de transporte), Mocidade era mais ou menos facultativa e era ministrada pelo grande senhor, o mestre Olivio.

Como dizia na aula de festa que acontecia na sala 6, além do sr eng.Neves Pereira havia outros professores e a sala estava cheia a abarrotar. O Renato de Olhao animava a festa com o seu acordeão.

Eu pelos meus 14 anos era dos mais novos e de menor compleição fisica, talvez o mais pequeno da sala. A's tantas Tavares de Matos (sem doutor de propo'sito), passa os olhos pela sala e escolhe-me para o estrado que servia de palco.

Fiquei aterrorizado,vermelho não de certeza mas, pálido de medo, de seguida chamou uma nossa colega que não fixei a imagem, tal era o medo e disse:-O Renato vai tocar e voces vão dancar!Respondi-lhe aterrorizado que só dancaria se ele o fizesse primeiro...confesso que nao sei como me saiu tal resposta.

Claro toda a sala se riu incluindo o sr eng.Neves Pereira. Mandou-me sentar com todos a rir a bandeiras despregadas. Na ultima aula de matematica, nas horas que se seguiram, chamou-me para as tais chamadas que poderiam sair bem ou mal.....estendeu-me ao comprido a'sua boa maneira.

Deu-me um quatro no fim do periodo quando eu tinha média para pelo menos 11 ou 12. Ja' não fui o terceiro periodo.....Aquele episódio marcou-me ate' hoje, não sei se positivamente se nao. Voltei no ano seguinte a' noite, tive porpofessora de matemática a Drª Aurora Bagarrão de boa memoria para mim...

Acabei o ano com media de 14....E despertou em mim o gosto para a matemática que ainda hoje tenho.Isto para dizer que nunca fui "menino". Ate' as brincadeiras do Tavares deMatos (sem dr nem respeito) me cai'ram mal. Não creio que eu seja caso único. Notei que meu irmao foi como eu e o fenómeno repetiu-se ate' no meu filho...

Sera' que está nos genes da familia? Talvez! Ou terá a ver com o ambiente onde fomos criados?

Confesso que não sei. Teria a minha vida tomado outro rumo se na minha infância tivesse brincado ou brincado mais?

Não sei.

Um abraco...de quem não foi menino e é vosso amigo

Diogo

Colocado por
JBS

PS- Excepcional texto costeleta. Parabens e um abraço.

A MINHA ESCOLA FOI A

(Edmundo Fialho, um grande costeleta)


ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE FARO, ONDE ENTREI EM 1952.


São do meu tempo muitos valores indiscutíveis da sociedade portuguesa que desempenham bons cargos quer no sector público quer no sector privado

Já tenho falado nisso no http://oscosteletas.blogspot.com/, um blogue da aaaetcabreira, Escola Tomaz Cabreira essa que não me diz nada, porque não a frequentei, apesar de ter desse tempo bons amigos, como o Franklin e todos aqueles da famosa turma do 2º ano 4ª turma.

Nesse blogue, os dois administradores demitiram-se por razões conhecidas. e, dos costeletas que participavam no dito, ninguém tomou partido, o que até seria fácil, visto as posições dos adminsitradores serem claramente opostas e portanto fácil de se escolher o caminho.

Recebi apenas duas notas a darem-me conselhos, o que não colhe evidentemente.

Vou ver se reabilito este blogue e convido todos os que condignamente saibam colocar os assuntos. E discuti-los.

Vou tratar disso.

Apesar de tudo, a todos os costeletas, mesmo aos inimigos que lá arranjei, deixo-lhes um abraço.

Ao Rogério Coelho, dizer-lhe que o considero como amigo de estimação.


Texto de
JBS

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO FILOSÓFICA

(miguel torga)


REFLEXÃO FILOSÓFICA, com Miguel Torga

O silêncio dos melhores é cúmplice do alarido dos piores, foi Miguel Torga quem disse. Há aqui, de facto, uma verdade incontestável e falta do assumir de responsabilidades por parte dos melhores. Diogo Freitas do Amaral disse em tempos atrás que nos destinos do País deveriam estar os melhores, para que o País se tornasse mais moderno e mais eficiente. O que se tem visto é que entre nós os melhores se medem pelas chorudas remuneração que auferem enquanto o país fica na mesma. Clamo mais uma vez pela honra, onde estais?

De Torga, ainda: - Uma revolução acontece como acontece um poema. Quer uma revolução quer um poema traduzem uma mensagem de esperança. Para um poeta quando um poema surge trás consigo uma boa dose de esperança, sim, mas sobretudo, proporciona-nos um de felicidade. Ser feliz... é a meta a alcançar.... Ou deveria ser.. para todos..

Sabemos que tanto no particular como no geral, raramente o alcançado corresponde ao desejado. É uma lei da vida. É Torga quem o diz. Efectivamente corresponde à verdade essa mensagem de Torga. Um tio meu costumava dizer que o que a gente pensa num minuto pode levar muitos anos a concretizar... É verdade que assim nunca mais chegamos ao desejado.... ou teremos muitas dificuldades disso...

MIGUEL TORGA A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano.


Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).


Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração.


Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa. Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões

João Brito Sousa

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A HISTÓRIA DO BCP /EXPRESSO


RETIRADO DA IMPRENSA


OPINIÃO


DA OPUS DEI À MAÇONARIA: A INCRÍVEL HISTÓRIA DO BCP
por MIGUEL SOUSA TAVARES

Em países onde o capitalismo, as leis da concorrência e a seriedade do negócio bancário são levados a sério, a inacreditável história do BCP já teria levado a prisões e a um escândalo público de todo o tamanho. Em Portugal, como tudo vai acabar sem responsáveis e sem responsabilidades, convém recordar os principais momentos deste "case study", para que ao menos a falta de vergonha não passe impune.

1 - Até ao 25 de Abril, o negócio bancário em Portugal obedecia a regras simples: cada grande família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco. Os bancos tinham um só dono ou família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco. Os bancos tinham um só dono ou uma só família como dono e sustentavam os demais negócios do respectivo grupo. Com o 25 de Abril e a nacionalização sumária de toda a banca, entrámos num período 'revolucionário' em que "a banca ao serviço do povo" se traduzia, aos olhos do povo, por uns camaradas mal vestidos e mal encarados que nos atendiam aos balcões como se nos estivessem a fazer um grande favor. Jardim Gonçalves veio revolucionar isso, com a criação do BCP e, mais tarde, da Nova Rede, onde as pessoas passaram a ser tratadas como clientes e recebidas por profissionais do ofício.


Mas, mais: ele conseguiu criar um banco através de um MBO informal que, na prática, assentava na ideia de valorizar a competência sobre o capital. O BCP reuniu uma série de accionistas fundadores, mas quem de facto mandava eram os administradores - que não tinham capital, mas tinham "know-how". Todos os fundadores aceitaram o contrato proposto pelo "engenheiro" - à excepção de Américo Amorim, que tratou de sair, com grandes lucros, assim que achou que os gestores não respeitavam o estatuto a que se achava com direito (e dinheiro)

2 - Com essa imagem, aliás merecida, de profissionalismo e competência, o BCP foi crescendo, crescendo, até se tornar o maior banco privado português, apenas atrás do único banco público, a Caixa Geral de Depósitos. E, de cada vez que crescia, era necessário um aumento de capital. E, em cada aumento de capital, era necessário evitar que algum accionista individual ganhasse tanta dimensão que pudesse passar a interferir na gestão do banco. Para tal, o BCP começou a fazer coisas pouco recomendáveis: aos pequenos depositantes, que lhe tinham confiado as suas poupanças para gestão, o BCP tratava de lhes comprar, sem os consultar, acções do próprio banco nos aumentos de capital, deixando-os depois desamparados perante as perdas em bolsa; aos grandes depositantes e amigos dos gestores, abria-lhes créditos de milhões em "off-shores" para comprarem acções do banco, cobrindo-lhes, em caso de necessidade, os prejuízos do investimento.


Desta forma exemplar, o banco financiou o seu crescimento com o pêlo do próprio cão - aliás, com o dinheiro dos depositantes - e subtraiu ao Estado uma fortuna em lucros não declarados para impostos. Ano após ano, também o próprio BCP declarava lucros astronómicos, pelos quais pagava menos de impostos do que os porteiros do banco pagavam de IRS em percentagem. E, enquanto isso, aqueles que lhe tinham confiado as suas pequenas ou médias poupanças viam-nas sistematicamente estagnadas ou até diminuídas e, de seis em seis meses, recebiam uma carta-circular do engenheiro a explicar que os mercados estavam muito mal.

3 - Depois, e seguindo a velha profecia marxista, o BCP quis crescer ainda mais e engolir o BPI. Não conseguiu, mas, no processo, o engenheiro trucidou o sucessor que ele próprio havia escolhido, mostrando que a tímida "renovação" anunciada não passava de uma farsa. E descobriu-se ainda uma outra coisa extraordinária e que se diria impossível: que o BCP e o BPI tinham participações cruzadas, ao ponto de hoje o BPI deter 8% do capital do BCP e, como maior accionista individual, ter-se tornado determinante no processo de escolha da nova administração... do concorrente! Como se fosse a coisa mais natural do mundo, o presidente do BPI dá uma conferência de imprensa a explicar quem deve integrar a nova administração do banco que o quis compar e com o qual é suposto concorrer no mercado, todos os dias...

4 - Instalada entretanto a guerra interna, entra em cena o notável comendador Berardo - o homem que mais riqueza acumula e menos produz no país - protegido de Sócrates, que lhe deu um museu do Estado para ele armazenar a sua colecção de arte privada. Mas, verdade se diga, as brasas espalhadas por Berardo tiveram o mérito de revelar segredos ocultos e inconfessáveis daquela casa. E assim ficámos a saber que o filho do engenheiro fora financiado em milhões para um negócio de vão de escada, e perdoado em milhões quando o negócio inevitavelmente foi por água abaixo. E que havia também amigos do engenheiro e da administração, gente que se prestara ao esquema das "off-shores", que igualmente viam os seus créditos malparados serem perdoados e esquecidos por acto de favor pessoal.

5 - E foi quando, lá do fundo do sono dos justos onde dormia tranquilo, acorda inesperadamente o governador do Banco de Portugal e resolve dizer que já bastava: aquela gente não podia continuar a dirigir o banco, sob pena de acontecer alguma coisa de mais grave - como, por exemplo, a própria falência, a prazo.

6 - Reúnem-se, então, as seguintes personalidades de eleição: o comendador Berardo, o presidente de uma empresa pública com participação no BCP e ele próprio ex-ministro de um governo PSD e da confiança pessoal de Sócrates, mais, ao que consta, alguém em representação do doutor "honoris causa" Stanley Ho - a quem tantos socialistas tanto devem e vice-versa. E, entre todos, congeminam um "take over" sobre a administração do BCP, com o "agréement" do dr. Fernando Ulrich, do BPI. E olhando para o panorama perturbante a que se tinha chegado, a juntar ao súbito despertar do dr. Vítor Constâncio, acharam todos avisado entregar o BCP ao PS.


Para que não restassem dúvidas das suas boas intenções, até concordaram em que a vice-presidência fosse entregue ao sr. Armando Vara (que também usa 'dr.') - esse expoente político e bancário que o país inteiro conhece e respeita.

7 - E eis como um banco, que era tão independente que fazia tremer os governos, desagua nos braços cândidos de um partido político - e logo o do Governo. E eis como um banco, que era tão cristão, tão "opus dei", tão boas famílias, acaba na esfera dessa curiosa seita do avental, a que chamam maçonaria.

8 - E, revelada a trama em todo o seu esplendor, que faz o líder da oposição? Pede em troca, para o seu partido, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público. Pede e vai receber, porque há 'matérias de regime' que mesmo um governo com maioria absoluta no parlamento não se atreve a pôr em causa. Um governo inteligente, em Portugal, sabe que nunca pode abocanhar o bolo todo. Sob pena de os escândalos começarem a rolar na praça pública, não pode haver durante muito tempo um pequeno exército de desempregados da Grande Família do Bloco Central.

Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado. Mas vemos, ouvimos e l Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado. Mas vemos, ouvimos e emos.

MEU COMENTÁRIO

Escrever um artigo da envergadura deste que MST escreveu, não está ao alcance de qualquer um. Além de conhecimentos de jornalismo, é necessário ainda dominar bem o Direito Fiscal, Direito Civil e Direito Comercial, entre outras coisas... E ser corajoso, penso eu.

O artigo, excelente , vai aí para que alguém que se queira pronunciar o possa fazer. Eu não.

A minha estranheza passa pelo facto de reconhecer que MST é um excelente escritor, bom jornalista, tem o feeling apurado para grandes artigos, mas tenho reparado, que há notícias que surgem no dia a dia, que deveriam interessar a MST mas é ele que diz quando no desempenho das suas funções de jornalista, onde é pago para responder às notícias, como foi o caso do Telejornal da TVI, onde, quando lhe pediram para comentar Carolina Salgado, MST disse, parece-me, que o que essa senhora diz lhe entrava por um ouvido e saia por outro.

Mas porquê?..

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ESTE POST É PARA O EDMUNDO FIALHO

A EQUIPA MARAVILHA

Andavam sempre juntos,

Em cima, da esquerda para a direita,

O primeiro não conheço, depois Edmundo Fialho, Joreg Cachaço e Fernando Palminha

sentados

Daniel Mendonça, Aníbal Cavaco Silva e João Jacinto.

colocação de

JBS




terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

VAMOS SER AMIGOS?!


AO INÁCIO E AOS OUTROS TODOS

Não sei quem é o Inácio. Falei com ele uma vez e sei que é do tempo de aluno do José Dias Lucas do BNU enquanto o Inácio, segundo creio foi funcionário do BPA.

O Inácio ficou muito magoado comigo, quando uma vez coloquei aqui um comentário desfavorável a uma pessoa que ele certamente admira.

Gostava de apertar a mão do Inácio, como costeleta que somos e amigos que deveríamos de ser. Aqui deixo o meu abraço estendido ao Inácio... em nome da Paz, da Amizade e do facto de sermos costeletas.

Igual apelo faço ao nosso amigo que me apelidou de egocêntrico. Não sei quem foi mas gostava de lhe mandar um abraço.

E outro abraço para o Jorge Tavares a quem talvez nem sempre tenha sido correcto

ORGULHOSAMENTE


Direi que penso não ser maldoso
Nem de jogo baixo e rasteiro
Mas no meio disto tudo é curioso
Que na porrada sou e o primeiro

A levar mais do que a dar
Visto cada um ter a sua sorte
A minha é comer e calar
Vai ser assim até à morte

Depois tudo acaba ou recomeça
E quero aprender mais depressa
As manigâncias que a vida tem

Àqueles todos que não gostaram
Das coisas que fiz e não prestaram
Aqui peço me perdoem também

JOÃO



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

OS TRABALHADORES ESTUDANTES

(Os ceifeiros)
OS TRABALHADORES ESTUDANTES
Foram alguns dos melhores estudantes da Escola os que nela estudaram à noite, sendo nesse caso considerados trabalhadores estudantes, porque estudavam à noite e trabalhavam de dia.

Podemos citar aqui alguns nomes de sucesso escolar como foram o NORBERTO CUNHA funcionário da Caixa Geral de Depósitos, JOSÉ DOMINGOS BARÃO Revisor Oficial de Contas, o CARLOS ALBERTO FIGUEIRA e outros ....

Mas esta pequena crónica não ficaria minimamente satisfatória se deixasse de figurar nela o SEBASTIÃO DO CARMO BRITO, um meu parente que de dia tyrabalhaav no campo e à noite ia para a Escola no curso nocturno.

Tempos difíceis, esses, não é verdade Sebastião.

Aceita um abraço deste teu primo, extensivo a todos os trabalhadores da noite.

João Brito Sousa

domingo, 22 de fevereiro de 2009

ELES JÁ COMEÇARAM


OS BORDALOS JÁ MEXEM.

Caros colegas,

o 16º encontro dos antigos alunos da Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha já está em marcha.O “staff” da organização, aqui retratado, reuniu-se na passada terça-feira para delinear a estratégia para que o Encontro, a exemplo de anos anteriores, seja uma festa muito divertida

Em relação à equipa do ano passado regista-se a entrada da Luísa Pimenta em substituição do Manuel Marques da Silva.O Encontro vai ter lugar no restaurante “A Lareira” no dia 9 de Maio de 2009, e o custo da inscrição será igual ao do ano passado - 28 Euros.Mais à frente daremos mais pormenores, até lá marquem na vossa agenda que o 2º Sábado de Maio é dia de viver emoções fortes.

José Ventura

sábado, 21 de fevereiro de 2009

LUCIDEZ DE PENSAMENTO


LUCIDEZ DE PENSAMENTO
por João Brito Sousa

É o título do meu primeiro romance. Escrevi-o com gosto e gosto do que escrevi. Qause todo o livro, sem eu saber bem porquê, porque não foi deliberado, se situa na área dos considerandos. Falo muito sobre a vida, a minha realização pessoal, os meus êxitos e os meus fracasssos. Depois de o reler, gostei.

Espero ter leitores e que gostem taambém.

Aí vai um pouco dele:

"Estou prestes a chegar ao fim do jogo vida, situando-me naquela zona onde não podemos falhar ou onde devemos falhar menos dando o melhor de nós próprios. Resta-me depois o prolongamento. Agora é hora do balanço, não obrigatório, é certo, mas que posso optar por fazê-lo ou não.

Optei sim.

De tudo aquilo que fiz na vida, é evidente que não me arrependo de nada, mas se começasse hoje, não fazia nada da mesma maneira, pois penso que fiz muita coisa errada ou quase tudo. Cometi erros tremendos que só agora dei por eles. Ou talvez não sejam erros assim tão significativos. Na vida tudo é relativo. A vida não veio para ficar; a vida vai-se.

Apesar de tudo e de todos os momentos menos bons que vivi no passado, não dou por mim a queixar-me deles. Não estou contente por aí além. Tenho dores como qualquer um, sofri alguma coisa e sofro. Por coisas alheias à minha vontade e tenho a certeza que não contribui em nada para piorar as coisas.

Gosto da palavra vida e do que ela encerra de misterioso talvez. E penso que a vida é um mistério. E dos grandes. Tantas são as asneiras que se fazem e conseguimos subsistir. É verdade que são muitas e mais tarde pagaremos a factura do resultado dessas asneiras feitas.

Resta da vida uma única coisa boa: os amigos e, como consequência disso, a família, se os laços criados forem laços de amizade. Às vezes não existem. São inimigos como irmãos, costuma dizer-se. Os interesses criados não são compatíveis com a ambição de cada um. Surge a agressão. A vida tem graça e piada até, se for levada com calma e com consideração uns pelos outros. E é pena que acabe tão depressa..

Nunca estipulei nenhum estilo de vida. Vivi a vida. Com regras umas vezes outras vezes sem elas. Casei-me aos vinte e seis anos, porque entedia, nessa altura, que a vida é a dois. A sós não temos a noção total dos problemas que ela contem. A vida tem problemas que às vezes são grandes e de difícil resolução. Mas em princípio tudo se resolve. Bem ou mal. Resolver mal também é resolver o problema. Resolver aqui quer dizer que ele deve deixar de existir. Tudo se resolve.

Dizem os antigos que só a morte não tem solução. Mas não se sabe nada disso, o que nos torna a resolução deste problema da vida ainda mais complicado. Ou será que o que nos preocupa será o problema da morte? Não sei nada disso. Se da vida que temos não sabemos nada, como havemos de saber da outra?... ironiza Raul Brandão. Não pude resolver nada quando os meus Pais faleceram. Faleceram, é só. É um dado adquirido que nós havemos todos de desaparecer da face da terra, que, por desconhecermos o destino dessa morte, talvez que todos tenhamos medo dela.

Eu, pessoalmente não sei se tenho medo. Penso mais ou menos como aquele filósofo que dizia: enquanto vida, não se pensa na morte. E depois quando morrermos já não pensamos em nada.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

PARA REFLECTIR


PENSAMENTOS PARA REFLECTIR

O texto seguinte é da autoria de Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente IV'

“O comportamento moral implica sempre um juiz e a memória nele desse nosso comportamento. Assim se admite a nossa responsabilidade perante outrem e a ideia de que nesse outrem perdurará a memória de nós pelos séculos.


Ora o que é que significa hoje o comportamento dos que viveram há cem anos? e há mil? Quando Deus se dava ao luxo de existir, ele garantiria a memória do que fomos. Mas agora que ele desistiu? E todavia a ordem moral continua.


O «se Deus não existe tudo é permitido» de Dostoievski é perfeitamente ilusório. Nós construímos a nossa moral como se ela existisse. Alguma coisa portanto deve persistir perante a qual nos comportamos....”


ALGUMAS NOTAS SOBRE Vergílio Ferreira

Iniciou a sua actividade literária na década de quarenta do século XX.

Seduzido pela força do neo-realismo, sofrerá uma sensível mudança que o tornou marginal à ideologia marxista, mas que o afastará também do catolicismo. O que essencialmente o fez mudar, como ele próprio escreveu, não foi a aspiração ao humanismo e à justiça, mas um conceito prático de justiça e de humanismo, pois que se os modos de concretização de um sonho podem sofrer correcção, não o sofreu neste caso, a aspiração que visava concretizar. Transparecia seguramente nesta mudança. (texto retirado da Net).

COMENTÁRIO:

Vergílio Ferreira tem uma obra literária extensa e poderosa, onde questiona as coisas simples e complicadas da vida. O comportamento moral de que fala Vergílio deverá ter um tecto em Deus, porque é daí que está instituído que emana a moral. O significado do comportamento dos que viveram há cem anos nada nos diz; já passou. Todavia a memória do nosso comportamento é essencial...

João Brito Sousa

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO FILOSÓFICA


REFLEXÃO FILOSÓFICA


O texto que se segue é de Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo.”

Aí vai o texto

A Sociedade é a Imagem do Homem

O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade.

Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam...”

TÓPICOS SOBRE O SAUDOSISMO

“O Saudosismo constituiu a linha de rumo dos filósofos que, nos últimos anos, dando primazia ao pensamento intuitivo criador de mitos ("quanto mais poeta mais filósofo"), têm procurado fundamentar uma filosofia genuinamente portuguesa, ou galaica-portuguesa....”

O MEU COMENTÁRIO.

É razoável pensar que o aperfeiçoamento da humanidade terá mais viabilidade de acontecer se o aperfeiçoamento dos indivíduos, de per si, se verificar. Apesar de isso não ser uma garantia, o que podemos dizer, é que sem esse passo isso não se dará nunca.

Concordo plenamente que os homens é que fazem a sociedade...

È um facto que a humanidade é o conjunto de todos nós. Assim, se nós nos aperfeiçoarmos individualmente a sociedade terá tendência a ser melhor. Mas não é uma garantia. Para que a sociedade seja melhor e se sinta melhor é preciso que haja cooperação.

A cooperação é fundamental para que a humanidade funcione melhor. Não basta funcionar; terá que funcionar melhor.

Concordo que os homens na sua maioria sejam ainda maus por isso é preciso que dentro desse aperfeiçoamento o homem aproveite a embalagem para passar do estádio e de mau para a de menos mau, gradualmente até chegar ao homem bom.

Mas será que conseguiremos lá chegar?...

João Brito Sousa

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

AOS NOSSOS PROFESSORES

(???, ???, Luís Isidoro, Aurélio Madeira, Drª Florinda, ???, ????, sentados Aníbal, Justo Sousa e Edmundo Fialho)
EXMA SENHORA Drª FLORINDA BÁRBARA

Muito boa noite para a senhora Drª e o meu muito obrigado pelo muito que nos ensinou.

Quando chegou ao ensino e apareceu na Escola era uma jovem. Sabia bem a matéria, era uma pessoa preparada para a missão e muito inteligente. Leccionava Cálculo Comercial e Contabilidade. Tinha consideração pelos alunos de uma maneira geral, mas não gostava dos montanheiros. Penso eu ...

Senhora Doutora Florinda Bárbara, vou fazer-lhe uma confidência; eu fiz o Curso de Contabilista e fui professor de CONTABILIDADE no ISCAL, hoje Ensino Superior. Uma coisa que a senhora penso não acreditar ser possível naquele tempo.

Certamente que se lembrará de mim, que era da turma do Herlander Estrela, do Vieguinhas d e Estoi, Epaminondas e outros.

Gostava de saber da senhora. Os seus alunos continuam a gostar todos muito de si.

Diga qualquer coisa para o TM 96 373 64 04.

Creia-me um aluno amigo.

Aceite os cumprimentos do

João Brito Sousa

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MINHA CHEGADA À ESCOLA


O MEU COMANDANTE DE CASTELO

7 de Outubro de1952.

Chegou o meu dia e lá fui. Ena pá, tanta malta. Ouvia que chamavam a este e àquele, é montanheiro!... e depois passava um e passava outro e vá umas ripadas no lombo do pessoal.... porque éramos caloiros. Curiosamente percebi que caloiros deveríamos ser nós, porque nós, os do primeiro ano, é que levávamos. A primeira cacetada que levei deu-me o Víctor Abrantes, que já andava no segundo ano....

E lá íamos andando....

Aos sábados tínhamos as tardes da Mocidade Portuguesa e o nosso Comandante de Castelo era o Zé Pudim Paixão, que hoje está aí connosco, de bem com a vida a quem envio daqui um grande abraço, ao homem, ao nosso amigo e comandante. Ainda me lembro, o Zé, andava connosco por ali e depois juntávamos num certo sítio e passávamos uma ou duas horas nas actividades cívicas.
Umas dessas actividades eram umas corridas que fazíamos uns contra os outros. Para isso, o Zé formava a malta em duas filas, dava-lhes um nome,.. e lá íamos nós correr até ao marco e voltar.
A mocidade Portuguesa tinha como objectivo criar em nós espírito de grupo

E a minha equipa era a equipa do RASGA A MANTA.

Obrigado pela ajuda ó COMANDANTE PAIXÃO.

João Brito Sousa

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

POESIA DE MANUEL MADEIRA


Crítica
por MARIA DO SAMEIRO BARROSO
À DESCOBERTA DAS CAUSAS NO SORTILÉGIO DOS EFEITOS
de Manuel Madeira

POESIA

NA PAISAGEM POÉTICA, O UNIVERSO DO SER

Na concepção de Friedrich Schiller (1759-1805), que possuía sólida formação na área das ciências, nomeadamente, na Medicina, o verdadeiro Poeta deveria incorporar em si todos os avanços científicos e conquistas do seu tempo[1].

Há, de resto, ecos da Ode à Alegria (An die Freude) do jovem Friedrich Schiller: «Wollust ward dem Wurm gegeben,/Und der Cherub steht vor Gott».(Volúpia foi dada ao verme,/E o querubim ‘stá ante Deus.[2]).

No séc. XVIII, está patente a concepção de Leibniz (1646-1716), segundo a qual: «os instintos não devem ser compreendidos como afectos, isto é, como “confusae repraesentationes”[3].

É no âmbito desta consciência (do final do século XVIII), ampliada e transposta para o século XXI que Manuel Madeira abre sobre si mesmo as portas do seu universo poético, que se constitui como «Substância original de toda a eternidade» (V, p. 13).

Para a sua interrogação sobre o real, convoca Platão: «Platão sabia que o real é uma sombra/mas a sombra não é ipso facto o real:» (VI, p. 14).

Partindo do seu «Início Instável» (título do poema da p. 16), fazendo o seu caminho através da sua «Oscilação cega» (título do poema da p. 17), a natureza, vivificada pela «fonte das palavras» inaugura a relação do poeta com a sua «essência intrínseca» (p. 20). No poema da página seguinte, o diálogo do poeta com natureza assume formas concretas: «Hoje tive a visita do melro preto com duas penas brancas» (p. 19) que se articulam com a sua «Autobiografia» (p. 20): «Trago sedimentos de palavras que são grãos/de areia de um deserto inesgotável» (p. 21).

Nesta paisagem que Manuel Madeira nos vai confiando, a luz: «É uma sombra fóssil com raízes aéreas» (poema «Luz para iluminar um fóssil», p. 22).

Tal como para Hans-Georg Gadamer (1900-2002): «Na verdade, o horizonte do presente está num processo de constante formação»[4]. Este processo não se forma à margem do passado: «Parte dessa prova é o encontro com o passado e a compreensão da tradição da qual nós mesmos procedemos[5].

É neste devir poético que cabem e se abrem as «Estratégias do vento» (pp. 23- 27). Neste ciclo, o vento, sacudindo as ramagens da memória, convocando «o silêncio de um Nocturno de Chopin» ou, curiosamente o, já veladamente aludido «hino à alegria da nona sinfonia de Beethoven» e a conclusão de que «só os genes são responsáveis/porque são imortais como as partículas que os enformam.» (p. 25).

No nosso tempo, é nos genes, no ADN, na ciência, em resumo, que o homem se revê, na sua necessidade arcaica de Deus e da Eternidade. : «A morte dos deuses é um sinal do tempo que nos viu nascer», afirmara nas Cartas Poéticas[6] que trocara com António Ramos Rosa. O ser é uma parte do Todo, corresponde a um ínfimo resíduo cósmico, mas apenas nele pode projectar a sua certeza ou ilusão de Eternidade, uma vez que: «A morte dos deuses é um sinal do tempo que nos viu nascer»

O vento é também um elemento estético, por excelência, que actua como dilecto agente transmutador da matéria e dos afectos: «O vento é neste caso um violino/percutido pelo arco de um poeta/que transforma a dor sofrida em alegria.» (IV, p. 27), onde «a música do silêncio» persiste «numa canção de Mahler» (p. 28).

E a paisagem poética continua a desdobrar-se, nas meditações dos seus «Trajectos» (pp. 30-35), de onde o poeta emerge «Perdido às escuras entre fragrâncias claras» (p. 36). O uso recorrente de antinomias e ao oximoro reforça a dialéctica desta poética. No verso seguinte: «é como estar soterrado na leveza das nuvens». As coisas e as vivências são transformadas: «A distância/ dilui-se em sensação. As palavras substituem/os objectos e os seres agora transformados em recordação/que acorda os momentos esculpidos/no espaço tempo que os levou consigo.» (p. 37).

O tempo, que, para Schleiermacher (1768-1834): « já não é mais, primariamente, um abismo a ser transposto porque divide e distancia, mas é, na verdade, o fundamento que sustenta o acontecer, onde a actualidade finca as suas raízes[7], rodopiando, no seu imponderável eixo, é: «seta disparada à revelia dos sentidos» (p. 40), ou «(...) a ânsia indizível de o procurar» (Poema «Em memória de Marcel Proust/Todo o presente já passado» (p. 44), projectando-se prospectiva e retrospectivamente: «tacteando o vazio», «a ausência», «porque tudo é passado à velocidade da luz».

A natureza fornece-lhe indícios seguros: «Vejo através da janela a trajectória das aves» (p. 42), enquanto o real lhe parece escapar: «Quanto mais falamos do Real/mais ele nos foge por entre os dedos vagos» (p.43).

Pontuando esta poesia de pendor reflexivo filosófico, a música: «Embalado pela música», o tempo: «o tempo sem sentido que tem o sentido/ sentido por mim» e as palavras: «Surpreendo as palavras no seu leito de cal» (p. 47), articulam uma tríade na qual o ser poético se vincula ao real e ao onírico. Pela palavra que, conscientemente desperta: «Desperto-as para que me despertem/do sono vegetal em que sonho com elas»(p. 47), aspergindo a sua seiva para dentro de si, inscreve, na sua própria luz, a luz do universo e, em meditações metapoéticas: «A poesia desliza entre o silêncio e a palavra (Poema «Entre silêncio e a Palavra», p. 48).

Entre os cometas, transformados em pintura, «Sobre um quadro de Kandinsky»(p. 51), «O vento que sacode os pensamentos» (p. 52) e retalhos do quotidiano, no qual o homem é o inexorável predador: «Chegaram os caçadores e as perdizes sabem» (Poema «Caça», p. 53), persiste o núcleo inconsciente presidindo, com a sua matéria de enigmas: «Todos os dias assisto e participo talvez inconsciente/na luta silenciosa (...)» (Poema «Enigmas», p. 54).

A relação poema/verdade é assumida por Manuel Madeira: «O poema é a verdade É nela que se move/respira e canta mesmo que a respiração seja ofegante/e o canto doa até fazer sangrar» (p. 59).

Goethe (1749-1832) enunciara uma poética ao serviço da verdade, no livro «Dichtung und Wahrheit» (Poesia e Verdade), tendo referido, na carta a Zelter, as suas obras como: «Es sind lauter Resultate meines Lebens, und die erzählten einzelnen Fakta dienen bloß, um eine höhere Wahrheit, zu bestätigen.» (São factos sonoros da minha vida e os pormenores dos factos narrados servem apenas para constatar uma verdade mais elevada)[8].

Aos «Fakta» de Goethe, vêm-se sobrepor as «Erlebnisse» (vivências), palavra que só passou a ser utilizada nos anos 70 do séc. XIX. Tal como esclarece Hans-Georg Gadamer: «No século XVIII ela absolutamente ainda não existe, mas também Schiller e Goethe não a conhecem. A partir daí, a palavra “vivenciar” passa a carregar o tom da imediaticidade com que se abrange algo real»[9].

Para este filósofo: «A corrente vivencial possui o carácter de uma consciência universal do horizonte, do qual só se dão realmente momentos individuais, como vivências.»[10].

É a essa verdade, a essa totalidade, que Manuel Madeira se consagrara e já expressara nas Cartas Poéticas que trocara com António Ramos Rosa, seu amigo de juventude: «Suspendo um pouco a mão sobre o papel/para deixar fluir por todo o corpo o pensamento/porque sou eu inteiro que escrevo e penso»[11].

Nessa totalidade, Manuel Madeira mergulhara já a sua aspiração cósmica: «Aspiramos à implantação do ser/como quem implanta uma alfarrobeira ou um hibisco»[12].

Uma alfarrobeira, planta tipicamente algarvia, terra natal dos dois poetas, ou o hibisco, exuberante flor meridional são um elo presente e acessível, nesse país poético.

«Às vezes é tão pouco o que nos torna o passo leve», dissera, quase ciciando, António Ramos Rosa[13].

A infância: «O aroma quente dos morangos» (p. 60), a grande explosão cósmica: «Tenha ou não havido a Grande Explosão» (p. 62), ou, de novo, cenários de um quotidiano mais próximo: (Poema «Era o Verão»), «Chegava montado numa pileca esconsa»(p. 63), são pontos de partida diversos que continuam a alternar.

Nesta torrente poética em que «Ser livre é estar disponível e vazio» (Título do poema da p. 62), ou: «Em memória de Miguel Torga/no centenário do seu nascimento (título do poema da p. 65), Manuel Madeira sabe também reconhecer a aridez da vida: «mesmo aqui a Poesia te visitava», ou: «Nem sempre cantaste a alegria de viver/embora esse desejo permaneça fulgurante».

«É artificiosa e matreira esta matéria mais ínfima», diz-nos na p. 67, «Vemos e sentimos o mundo à nossa imagem» (p. 69).

Deste universo: «Talvez o círculo seja a figura dominante aproximada/deste universo aberto e sincopado que somos» (p. 73), tudo é imprevisível: (Título do poema 11«Anatomia do Amor Imprevisível», p. 74), porque «tudo o que existe poderia ser diferente/senão na essência ao menos na aparência».

Mergulhando na sua própria génese: «Nada existia antes que não fosse tudo» (p. 75) e, nesta paisagem, a um tempo, cósmica, quotidiana, o poeta escava bem fundo, o mundo, nas suas margens abertas, porque, fulminando em si a luz, define o poema, magnificamente configurado, como:

«um universo de letras»
(Poema «Tempo do poema ou Poema do tempo», p. 76).


recolha de

JOÃO BRITO SOUSA
[1] [Josef Käufer], Versuch einer Einführung, in Friedrich Schiller, Medizinische Schriften, Hoffmann – La Roche, Munique, Anlaßdes 200. Geburstag des Dichters, 10 November 1959, p. 18.
[2] Friedrich Schiller, poema À Alegria, in Paulo Quintela, Obras Completas, IV (Org. António Sousa Ribeiro), Traduções III, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1999, p. 344.
[3] Leibniz, apud Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método. Traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica (original: Wahrheit und Methode, Tübingen, 1986), trad. de Flávio Paulo Meurer, 3.ª ed., Vozes, Petrópolis, 1999, Primeira Parte, 1.1.3, β [p. 34] (74), nota 74.
[4] Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método, Segunda Parte, 2.1.4, [p. 311] (457).
[5] Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método, Segunda Parte, 2.1.4, pg. 311] (457).
[6] Sexta carta a A.R.R., in António Ramos Rosa e Manuel Madeira, Cartas Poéticas in Idem, Trigésima primeira carta a A. R. R., Editora labirinto, Fafe, 2007, p. 23.
[7] Schleiermacher, apud Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método, Segunda Parte, 2.1.3, [pg. 302] (445).
[8] Johann Wolfgang Goethe, in Brief an Zelter, 15,2,1830, apud Hrsg. Richard Dobel, Das Lexicon der Goethe-Zitate, Patmos Verlag, , Albatros Verlag, Düsseldorf, 2002, p. 320.
[9] Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método. Primeira Parte, 1.2.2.β [pg. 66] (117).
[10] Hans-Georg Gadamer, Verdade e Método, Segunda Parte, 1.3.1, [p. 250] (373).
[11] António Ramos Rosa e Manuel Madeira, Cartas Poéticas, in Trigésima primeira carta a A. R., p. 77.
[12] António Ramos Rosa e Manuel Madeira, Cartas Poéticas, in Sexagésima terceira carta a A.R.R., p. 144.
[13] António Ramos Rosa e Manuel Madeira, Cartas Poéticas, in Quinta carta a Manuel Madeira, p. 20.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

CONTACTANDO AS ESCOLAS COMERCAIS




Caro amigo Zé Ventura.




Mas que coisa linda que vocês têm aí pá....Um blog com pinta..Recordações da Escola Comercial e Industrial das Caldas O velho tempo das baldas ás aulas, e eu que daí só conhecia o António Pedro, a jogar a dez no cube de futebol local mais o Nogueira o Manel que foi meu Chefe na PAN AM em Lisboa, nos Restauradores e o outro camarada que foi durante muitos anos presidente da casa do BENFICA, lembras-te??ZÉ EU SOU DA ESCOLA COMERCIAL E INDUSTRIAL DE FARO, temos um blog da associação que é o http://oscosteletas.blogspot.com/ e outro, meu, por sinal, o http://www.escolacomercialeindustrial.blogspot.com/ e venho convidar-vos a estar presente no noso almço anual em Vilamoura a 13 de Junho próximo, 30 € cada pessoa; venham dois, vou contactar mais escolas , Silves, Setúbal, Águeda... para mostrar à Minisra o valor do ensino desse tempo. Sou reformado do ensino superior, escrevo para 4 jornais do Algarve e vou lançar agora em abril o meu primeiro romance . Gostava de escrevr para aí uns artigos de vez em quando. Um abraçoJoão Brito Sousa..........1









2 - ESCOLA COMERCIAL DAS ACALDAS DA RAINHA

O 15º Encontro dos Antigos Alunos da Escola Industrial e Comercial de Caldas da Rainha reuniu no restaurante “A Lareira”, no passado sábado, 292 participantes, num “grande acontecimento social”, como classificou José Ventura, da organização do evento.“Manda o bom senso que não devemos ser juízes em causa própria, mas que o encontro dos “meninos” e “meninas” da Escola foi uma grande festa, lá isso foi”, afirmou.Além de alunos, alguns dos quais se deslocaram de propósito do Canadá e Espanha, e dentro do país, do Porto a Faro, o encontro contou também com a presença de alguns professores, como João Correia, Isabel Correia, Maria do Céu, Jorge Amaro, padre Borges e mestre Raul.



O aluno mais velho presente, Alfredo Augusto Damião de Almeida, com os seus 90 anos deslocou-se de comboio de Queluz até às Caldas da Rainha, tendo recebido um “Bordalo” em cerâmica, em jeito de homenagem

AO JORNAL DAS CALDAS, admitiu não se lembrar quais os anos em que frequentou a escola, mas a organização entregou-lhe documentos que comprovaram ter sido de 1931 a 1942.“Estou muito satisfeito por estar aqui.



Não vejo antigos colegas, mas convivo com alunos que frequentaram a mesma escola”, disse.O dia começou com concentração na esplanada do Parque D. Carlos I. Como São Pedro não quis colaborar “lá ficaram por dar umas voltinhas de barco, a recordar tempos de outrora”, confessou José Ventura.



Por volta do meio-dia a “coluna” deslocou-se para “A Lareira”, onde a festa se desenrolou pela tarde e noite dentro, com “muita comida, condimentada com muita alegria, emotividade e por vezes salpicada de paixões que o tempo deixou para trás”.“Os animadores musicais, numa ronda pelas mesas, fizeram entoar algumas vozes que há uns anos estavam mais afinadas do que agora”, gracejou José Ventura.



Mas a dançar, os dotes não se perderam.O encontro juntou várias gerações de alunos, desde a década de 30 até aos anos 70, que passaram pelas duas instalações da escola – nas traseiras do Chafariz das Cinco Bicas e no espaço da actual Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro. Muitos desses estudantes são hoje figuras públicas da sociedade caldense.Foi oportunidade de rever velhas amizades e até reatar conversas interrompidas há muitos anos. Alguns vieram pela primeira vez e prometeram voltar



A edição deste ano foi também a mais concorrida de sempre, a que não é alheio o facto de José


Ventura ter criado um blogue na Internet que se tornou um fórum com conversas e fotografias dos tempos de escola.“Em 2005 participei pela primeira vez no encontro dos Antigos Alunos da Escola Industrial e Comercial de Caldas da Rainha, onde fui aluno e completei o meu Curso de Formação Montador Electricista.



Fiquei cliente de tal maneira que resolvi entrar para o “staff” da organização. Julgo que tenho alguma responsabilidade nesta “explosão” de participantes, pois o blogue alunosbordalo.blogspot.com entra pelas casas dentro e “desinquieta” as pessoas. Mas a tecnologia não seria eficaz se a Escola não tivesse deixado em cada um de nós um sentimento de cumplicidade e fraternidade que os anos não conseguiram apagar”, manifestou.“Para o ano estão todos novamente convocados. Se não coubermos na sala, pegamos na lancheira e vamos para o pinhal”, assegurou José Ventura.Francisco Gomes





TEXTO DE ZÉ VENTRA





1 - ESCOLA COMERCIAL E INDUSTRIAL DAGUARDA


XVII Encontro do Antigos Alunos, Professores e Funcionários da Escola Comercial e Industrial da Guarda vai realizar-se, nesta cidade, no dia 25 de Outubro de 2008.
O programa deste encontro começa com uma concentração na Praça Velha, pelas 10h30.publicado por Helder Sequeira às 22:53