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A VELHA MALTA

sábado, 21 de fevereiro de 2009

LUCIDEZ DE PENSAMENTO


LUCIDEZ DE PENSAMENTO
por João Brito Sousa

É o título do meu primeiro romance. Escrevi-o com gosto e gosto do que escrevi. Qause todo o livro, sem eu saber bem porquê, porque não foi deliberado, se situa na área dos considerandos. Falo muito sobre a vida, a minha realização pessoal, os meus êxitos e os meus fracasssos. Depois de o reler, gostei.

Espero ter leitores e que gostem taambém.

Aí vai um pouco dele:

"Estou prestes a chegar ao fim do jogo vida, situando-me naquela zona onde não podemos falhar ou onde devemos falhar menos dando o melhor de nós próprios. Resta-me depois o prolongamento. Agora é hora do balanço, não obrigatório, é certo, mas que posso optar por fazê-lo ou não.

Optei sim.

De tudo aquilo que fiz na vida, é evidente que não me arrependo de nada, mas se começasse hoje, não fazia nada da mesma maneira, pois penso que fiz muita coisa errada ou quase tudo. Cometi erros tremendos que só agora dei por eles. Ou talvez não sejam erros assim tão significativos. Na vida tudo é relativo. A vida não veio para ficar; a vida vai-se.

Apesar de tudo e de todos os momentos menos bons que vivi no passado, não dou por mim a queixar-me deles. Não estou contente por aí além. Tenho dores como qualquer um, sofri alguma coisa e sofro. Por coisas alheias à minha vontade e tenho a certeza que não contribui em nada para piorar as coisas.

Gosto da palavra vida e do que ela encerra de misterioso talvez. E penso que a vida é um mistério. E dos grandes. Tantas são as asneiras que se fazem e conseguimos subsistir. É verdade que são muitas e mais tarde pagaremos a factura do resultado dessas asneiras feitas.

Resta da vida uma única coisa boa: os amigos e, como consequência disso, a família, se os laços criados forem laços de amizade. Às vezes não existem. São inimigos como irmãos, costuma dizer-se. Os interesses criados não são compatíveis com a ambição de cada um. Surge a agressão. A vida tem graça e piada até, se for levada com calma e com consideração uns pelos outros. E é pena que acabe tão depressa..

Nunca estipulei nenhum estilo de vida. Vivi a vida. Com regras umas vezes outras vezes sem elas. Casei-me aos vinte e seis anos, porque entedia, nessa altura, que a vida é a dois. A sós não temos a noção total dos problemas que ela contem. A vida tem problemas que às vezes são grandes e de difícil resolução. Mas em princípio tudo se resolve. Bem ou mal. Resolver mal também é resolver o problema. Resolver aqui quer dizer que ele deve deixar de existir. Tudo se resolve.

Dizem os antigos que só a morte não tem solução. Mas não se sabe nada disso, o que nos torna a resolução deste problema da vida ainda mais complicado. Ou será que o que nos preocupa será o problema da morte? Não sei nada disso. Se da vida que temos não sabemos nada, como havemos de saber da outra?... ironiza Raul Brandão. Não pude resolver nada quando os meus Pais faleceram. Faleceram, é só. É um dado adquirido que nós havemos todos de desaparecer da face da terra, que, por desconhecermos o destino dessa morte, talvez que todos tenhamos medo dela.

Eu, pessoalmente não sei se tenho medo. Penso mais ou menos como aquele filósofo que dizia: enquanto vida, não se pensa na morte. E depois quando morrermos já não pensamos em nada.

1 comentário:

  1. Lucidez de pensamento e' o que mais nos falta e aflige...Falo por mim.A lucidez nem sempre me acompanha,o pensamento e a meditacao ocorrem-me aos retalhos,muitas vezes aos turbilhoes e claros,noutras ocasioes turvos,indefenidos,afunilados no horizonte,inespressivos,inquietantes,ressaltando como agua em reacho rochoso....que bom se fossem lucidos,claros e sossegados como lago repousante.
    Quem me dera ter a capacidade de os poder transmitir em livro.Mas nao tenho e,ainda bem para mim!
    Parabens antecipados para quem tem o arrojo de se deixar julgar.Sim porque e' isso que acontece,quem le'

    julga o autor,poe-se nos seus sapatos,veste o seu fato ,olha-se no espelho interno,mantem o fato e os sapatos se se revir ou despe-os se nao se sentir a' vontade.
    Quem escreve um livro e' como quem faz um filho'fa-lo por gosto.
    Abraco
    DIOGO

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