FOTO DO ALMOÇO ANUAL

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A VELHA MALTA

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SENHOR Dr. MIGUEL VEIGA


Porto, 2009.02.09

Ao Dr MIGUEL VEIGA

Com os meus cumprimentos.

Acabo de receber a sua obra “O meu único infinito é a curiosidade” que me deixou fascinado pela sua imponência.. A obra tem do melhor que há no nosso país, Miguel Veiga, Vasco Graça Moura, Baptista Bastos e oferece-me o seguinte comentário:

“Somerset Maugham diz lá no seu “O Exame de Consciência” que o melhor prosador que o mundo moderno teve foi Voltaire. E que os escritores ingleses, talvez devido `a poética natureza da língua, alcançaram algumas vezes a excelência que a ele parece ter vindo tão naturalmente. E só foram admiráveis na medida em que se aproximaram da fluência, sobriedade e precisão do grande mestre francês”

Penso que Maugham não conhecia Miguel Veiga quando escreveu isso, porque se o conhecesse, tê-lo-ia colocado no mesmo patamar do escritor francês, porque a escrita de Veiga encerra em si mesma as três qualidades que Maugham preconiza como imprescindíveis: a clareza, a simplicidade e a eufonia..

Maugham diz que há duas espécies de obscuridades nos escritores:. Uma por negligência, outra por puro capricho. Muitas vezes escrevem obscuramente porque nunca se deram ao trabalho de aprender a escrever com clareza.

Era de esperar que homens que passaram a vida no estudo dos grandes mestres da literatura, fossem suficientemente sensíveis à beleza da linguagem para escrever, senão com beleza ao menos com lucidez.

Mas encontramos nas suas obras frase após frase que temos de ler duas vezes para lhes descobrir o sentido. Muitas vezes mal conseguimos adivinhá-lo, pois os escritores evidentemente não disseram o que pretendiam.

Outra causa de obscuridade é que o próprio escritor não está perfeitamente seguro dos pensamentos. Tem uma vaga impressão do que quer dizer, mas, ou por falta de poder mental ou por preguiça, não o formulou exactamente no seu espírito

Miguel Veiga corresponde ao melhor lado da crítica de Maugham, invocando na sua obra, com a máxima clareza, o seu modo de olhar o Porto, a sua luz .. com uma referência a Eugénio de Andrade: “esta é a luz do mar da Foz, atravessada por duas ou três gaivotas ....e também a Sophia: ”quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar..

Mas a obra de Miguel Veiga, lê-se entusiasticamente, porque é verdadeira e sentida ... que empolga mesmo. Encerra uma grande dose de beleza e de amor a este céu cinzento da cidade e a esta cidade

Fui sempre fiel ao Porto a que pertenço e sempre pertenci .. diz Miguel Veiga

Uma excelente obra literária

Queira aceitar, Exmo senhor, os parabéns do
João Brito Sousa

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