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A VELHA MALTA

domingo, 18 de setembro de 2011

E O POVO PÁ ! ...



E O POVO PÁ !...
Por João Brito Sousa

A frase em título tem força e musicalmente tem a sua própria melodia e a sua própria docilidade. Vejo nela um, talvez, estado de alerta, uma pergunta bem colocada e uma resposta que ainda não foi dada. Mas que tem de ser dada. É uma expressão popular mas de grande alcance e significado. Porque representa quem está no último degrau da hierarquia social. O povo, diz a canção do Zeca Afonso, é quem mais ordena, mas isto numa perspectiva de poder ser assim, porquanto o povo é expresso em maior número de pessoas. E poderão eventualmente ter força.



O que se duvida porque é preciso organização, determinação e vontade, disponibilização e empenho e sobretudo competência e cultura. O que é muita coisa. O povo, apesar de tudo, tem evoluído muito no aspecto cultural, penso eu. Todavia é a classe social que enfrenta mais dificuldades perante as exigências da vida. Daí o título. Uma pequena parte dessa classe operária, a que estava razoavelmente organizada, pouco numerosa sim, ajudaram a construir a República, embora não tenham obtido aquilo que ansiavam. Juntamente a esta classe operária, situavam-se os pequenos funcionários públicos, os empregados do comércio e dos transportes. Isto é o povo.



Em 1910, havia em comum, nestas classes sociais o analfabetismo e por via disso a ausência de noção de classe . Nos campos as populações viviam situações de sérias dificuldades o que os levou a revoltar-se esporadicamente contra a exploração que lhes era movida pelas cidades.
A situação hoje não é muito diferente e essas pessoas que citei, continuam com problemas. E daí a pergunta dirigida às entidades responsáveis. E o povo, pá! …


Quando a Republica foi implementado, a sociedade portuguesa estava dominada pela alta burguesia, constituída pelos grandes banqueiros, comerciantes e industriais, que partilhavam o poder politico com a velha aristocracia proprietária da terra. O povo constitui, por norma, a classe social mais desprotegida, pelo que coloquei essas palavras em título. Era bom que as pessoas se consciencializassem que os valores da fraternidade, da solidariedade do respeito pelo próximo e outros conhecidos, são os pilares de uma sociedade mais justa. Existem duas verdades que nunca podem ser separadas neste mundo: 1ª que a soberania reside no povo; 2ª que o povo nunca deve exercê-la. Nesta frase de Antoine Rivarol está perfeitamente identificado o que vale o povo e o que não vale. A força do povo, o seu potencial, o que o povo pode fazer nunca deverá ser esquecido, dai o título, mais uma vez o refiro, desta crónica. Porque no fundo, o povo, é uma classe social conservadora, onde ele próprio não é muito ligado a mudanças.


O povo tem um historial grandioso.
É o que eu penso.

jbritosousa@sapo.pt

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