FOTO DO ALMOÇO ANUAL

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A VELHA MALTA

sexta-feira, 1 de julho de 2011

OPINIÃO



A INCOMPETÊNCIA DOS HOMENS
Por João Brito Sousa

Nas relações amorosas, penso que o homem perde por não saber lidar com o assunto. Daí o título desta crónica. A minha geração ouviu falar disso nas aulas de Higiene no 4º ano, mas muito ao de leve. A mãe não nos ensinou nada e o pai muito menos. Talvez por vergonha e também porque deveriam saber muito pouco sobre a matéria. Creio que as mulheres estiveram sempre melhor preparadas. Raul Brandão, escritor português, até disse: ”foi ela que me ensinou o amor” creio que no Húmus.

O relacionamento entre sexos opostos provoca uma situação de bem estar em ambos, mas de intensidade diferente. A base do sucesso está na força do amor que nutrem um pelo outro. Sem amor não há relacionamento; há outra coisa qualquer. O amor, em meu entender, é feminino, i.é., no relacionamento deve existir um tratamento aveludado de um para o outro, com palavras doces envolventes, que façam subir a adrenalina dos corpos. É uma atitude feminina, chamo-lhe eu. É quando as emoções se soltam, mas, controladamente, no sentido de um e outro tirarem partido desses, digamos, doces momentos.

E é aqui que normalmente o homem falha, talvez por precipitação.. E há situações de difícil controle, nalguns casos. Porque o homem conduziu mal o processo e o que devia ser um acto de plena alegria e contentamento torna-se num acto doloroso.. Contaram-me que uma jovem de catorze anos, há sessenta anos, no dia do casamento abandonou o leito e foi juntar-se à mãe. Sentiu medo. Ora, isto também é outra prova de incompetência do homem. Ou talvez impreparação.

O homem (e a mulher, claro) vieram ao mundo com o propósito da procriação e este aspecto é fruto de uma relação entre os dois, pela via dos sentimentos que sentem entre si, sendo o mais nobre de todos esse que apelidamos de amor. Mas o amor, para ser conseguido exige dos que se amam outras componentes auxiliares como a ternura que aproxima, o carinho que seduz e a amizade que consolida.

Ama-se porque sentimos dentro de nós um chamamento para esse desempenho que deve ser de entrega total. Até ao fim, quando chegar a hora. É um acto que exige um sorriso em cada um. Acho eu. Quando falamos de amor, geralmente queremos dizer, fazer amor, que não é mais do que o resultado de uma necessidade fisiológica, que resulta do desejo que nos é provocado espontaneamente. Com crises à mistura que devem ser entendidas como situações normais porque depressa a situação normaliza.

Mas a prática do amor exige estudo, o que não se faz. Começa-se, nessa prática sem saber nada de nada, na Maria Machadão e seguimos o nosso rumo, sempre mal preparados em tal matéria. Penso até que alguns insucessos provocam no outro, na mulher, nomeadamente, algum desinteresse que poderá chegar a uma situação de convivência zero com a relação.
Não se pode chamar a estas mulheres, mulheres frias.

Porque é um resultado da incompetência dos homens.

Acho eu e mais alguém.

jbritosousa@sapo.pt

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