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A VELHA MALTA

domingo, 10 de julho de 2011

A POUCA EVOLUÇÃO DO HOMEM

(João Brito Sousa)



A PEQUENA EVOLUÇÃO DO HOMEM
Por João Brito Sousa


Falar da evolução do Homem é, queiramos ou não, um trabalho sempre inacabado. Mas que vale a pena tecer algumas considerações.

O homem está aí e se tem feito coisas excepcionas nos mais diversos campos das artes, das ciências e da investigação, acontece que em muitos quadrantes da Terra, em muitos Países, nomeadamente, esse mesmo Homem parece não ter ainda saído da época da pedra lascada, do aparecimento da roda e do fogo e dos tempos da tanga. Penso eu. Até porque vi isso nalguns países por onde passei e o que vi, traduz-se numa confrangedora falta qualidade de vida. Para não dizer condições precárias de vida. O Dr. Fernando Nobre citou na sua candidatura à Presidência da República, aquela cena da criança querendo retirar do bico da galinha um pouco de pão seco. Isto nos dias de hoje, que nos deixa atónitos. E é aqui que quero chegar. Ou seja, porquê isto ? Afinal, qual é o papel do homem na sociedade, onde é que deve chegar e pode chegar, qual deve ser o seu comportamento perante si e perante os outros.



Hoje, dois milhões e tal de anos passados da sua aparição no planeta Terra, com tantas Universidades para aprender qual o caminho a seguir, o homem ignora tudo e só tem um objectivo: o lucro. Isso mesmo que já dizia o escritor Eça de Queiroz no século passado. E Almeida Garrett deixou esta pergunta no ar: - sabeis vós quantos pobres é preciso sacrificar para se constituir um rico? O homem está aí. Esse mesmo homem que nos trouxe, como prémio da sua brilhante actuação, uma crise económica e financeira, a nós, portugueses, a quem chamam agora um País periférico. Como chamam á Grécia, o País onde começou a civilização e onde hoje se vê nas ruas de Atenas, a antiga capital da cultura, ou, se quisermos, o berço da cultura, onde os filósofos e os poetas sobressaíram, cenas degradantes de falta de cultura. Esta não evolução do homem. eis a questão.



Quer dizer, no País, onde o filósofo Platão escreveu a forma de organização da sociedade, num livro chamado República, os sistemas políticos hoje vigentes, trazem para as ruas a briga entre a autoridade e os residentes. Alguma coisa falhou. O que foi? O homem não responde a isto e deixa-se cair no ridículo de se ofender uns aos outros, na praça pública, numa postura de ofensas e desconsiderações pessoais.


Na época do Neolítico, a primeira fase da existência do Homem, este, para sobreviver, dedicava-se á caça de pequenos animais e quando se prestava para caçar animais de maior porte, teve o bom senso de se juntar a outros homens, porque sozinho, via-se impotente para dominar o adversário. Aqui, revelou grande inteligência ou intuição nesta atitude, que foi, quanto a mim, uma das primeiras formas de solidariedade que o ser humano registou entre si. Hoje, por mais estranho que pareça, o homem é muito pouco solidário, daí o título desta crónica, onde se diz que o homem pouco evoluiu. O que não deve sofrer grande contestação e que, ao mesmo tempo se lamenta. Porquê ? deixo a pergunta.


Foi Descartes, um filósofo francês do século XVII que disse: “Penso, logo existo.” O curioso disto tudo é que o homem gastou dois milhões de anos para chegar a esta conclusão, mas, tal como que disseram outros grandes pensadores, não a colocou em prática, o que não dignifica o seu comportamento perante o próximo. O homem pensa? Em quê? Lamentavelmente nada disso, se nota.


Impressionante, isso.



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